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Sessão de 5 de Julho de 1923
Temos acomodado as suas divisões intestinas, e vem agora o Sr. Presidente do Ministério, esquecendo a soma de serviços, de paciência e de ternura pela República, dizer que se tem aguentado no Poder, porque não tem governado a chicote.
Quere dizer, vem cuspir na nossa transigência patriótica, vem dizer aos nossos correligionários que, quando lhes aconselhamos paciência, não a devem ter.
Sr. Presidente: falou também o Sr. Presidente do Ministério na minha acusação feita a propósito da eleição de Condeixa.
Ora eu que entendo que não há interêsses partidários superiores ao interêsse supremo da verdade, prejudicando, porventura, combinações que estão na forja, e pedindo, a quem de direito, desculpa, se as transtorno, devo rectificar uma afirmação feita pelo Sr. Presidente do Ministério.
Sr. Presidente: com S. Ex.ª falei eu, falaram os Srs. Pedro Pita, João Bacelar e Moura Pinto, mas nenhum de nós pediu outra cousa que não fôsse neutralidade.
Protestamos contra a circunstância de o administrador do concelho, andar de porta em porta, com influentes democráticos e monárquicos, pedindo votos para êstes.
Protestamos contra isto, mas não lhe pedimos nada, e quem afirmar o contrário comete um lamentável esquecimento.
Não lhe pedimos votos; apenas o que dissemos foi que interviesse de forma a evitar que a autoridade não exercesse pressão a favor dos inimigos do regime. Se isto envergonha o Directório Nacionalista, se isto envergonha a República, aqui fica posta a questão perante a Câmara e o País, repetindo a versão do Sr. Presidente do Ministério, a qual podia significar que haviam sido pedidos votos para o Partido Nacionalista.
Disse também o Sr. Presidente do Ministério que eu me encontrava ao lado de S. Ex.ª, quando se discutiu a contribuição de registo.
Em 1920, devido à atitude do Partido Democrático, nós não conseguimos ter as contribuições adaptadas a tempo.
A coerência é uma virtude, e eu sou coerente.
Vários àpartes.
O Orador: — Eu vejo mais uma vez que se atiram para a discussão pessoas com
quem os adversários mantêm relações de forma que os apresentam envolvidos em insinuações, mas eu estou sempre ao lado dêles para os defender.
Vários àpartes.
O Orador: — O Sr. Presidente da República telefonou-me dizendo-me para eu conseguir que tomasse conta do Govêrno o Sr. António Maria da Silva.
A minha resposta foi simples.
Está presente o Sr. Vergílio Costa, que pode testemunhar.
A minha resposta foi: eu não sou um homem vivo se o Sr. António Maria da Silva não fôr Presidente do Ministério.
Eu desejo que V. Ex.ª proceda assim com o seu sucessor. O que é muito triste é ouvir insinuações.
Apoiados.
Vários àpartes.
O Orador: — Eu vejo a maneira como o Sr. Presidente do Ministério encara as questões, isto é, anavalhando-se na hora da desgraça e ennobrecendo-se na hora do triunfo.
Apoiados.
O Sr. Leonardo Coimbra foi alijado do Govêrno por causa do ensino religioso, e tira-se portanto a ilação de que o Sr. Leonardo Coimbra saiu do Ministério, expulso porque os seus colegas não quiseram manter-se dentro da estrita execução do programa ministerial?
Quem falta à verdade?
Se o Sr. Presidente do Ministério estima a verdade, eu não deixei nunca de usar dela e alguma cousa tenho sofrido por isso mesmo.
A êste propósito declarou o Sr. Presidente do Ministério que o ensino religioso era inconstitucional.
Mas então a dignidade do Poder anda tam abastardada que seja preciso que o Registo Civil venha classificar de constitucional ou de inconstitucional o ensino religioso?
Disse o Sr. Presidente do Ministério, como conclusão geral da política religiosa do actual Govêrno, que nunca fez política com a religião, e que não quere aumentar o número de votos do partido com os votos dos católicos.
O Sr. Presidente do Ministério, dados os costumes de muitos dos seus correli-