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Sessão de 5 de Julho de 1923
As notícias chegaram até mim. O Alto Comissário de Angola fez caducar todas as concessões dadas.
Aquela parte que se refere à sua enorme lisonja, exaltando o nome de Portugal, tanto mais quanto é certo que êsses cavalheiros já eram bem, conhecidos do País, como por exemplo o Sr. Venâncio Guimarães, que faziam verdadeiras operações de negreiros, dando assim razão a todos aqueles que nos caluniavam de esclavagistas.
Não posso, Sr. Presidente, deixar de elogiar e salientar aqui a acção patriótica do Alto Comissário, o Sr. Norton de Matos, pois a verdade é que êle tem usado moderadamente e com bastante ponderação das atribuïções que lhe foram concedidas.
Eu não tenho de poupar aqui B, C, D; porém, como membro do Govêrno, tenho o dever e até a obrigação de defender todos aqueles que são acusados de actos que na realidade não têm razão de ser.
Antes de terminar eu não quero deixar de me referir à política de reparações, dizendo que a nossa situação se pode até certo tempo considerar boa, pois, a verdade é que temos na região do Rhur um representante e assim é de esperar que os interêsses portugueses sejam respeitados.
Embora eu não queira antecipar afirmações, eu devo dizer, no emtanto, que tenho fé em que os nossos créditos hão-de ser respeitados, muito embora possa haver acôrdos em separado.
Sr. Presidente: supondo ter respondido a todos os pontos da interpelação do Sr. Cunha Leal, devo dizer para terminar que de facto não posso tomar o compromisso de pôr o câmbio a 4, não;, mas podia tomar o compromisso com S. Ex.ª e com a Câmara toda de que se nós arrepiássemos caminho e aprovássemos medidas como aquelas destinadas a obter receita para obviar a despesas que o Parlamento vai votar e cuidássemos absolutamente do equilíbrio orçamental fàcilmente conseguiríamos aquilo que S. Ex.ª deseja.
Sr. Presidente: no meu partido pode haver qualquer cardeal da fôrça daquele que chamava Sua Eternidade ao Papa, mas nesse capítulo estou mais assegurado que S. Ex.ª Desejo sinceramente
que S. Ex.ª quando um dia fôr Presidente do Ministério, não tenha a seu lado vários cardeais com essa mesma designação.
Tenho dito.
O orador não reviu, nem os àpartes foram revistos pelos oradores que os fizeram.
O Sr. Pedro Pita: — Sr. Presidente: peço a V. Ex.ª que consulte a Câmara sôbre se permite a generalização do debate.
Consultada a Câmara, resolveu afirmativamente.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: assim é que eu gosto das cousas.
Não quero ser provocador, não quero insinuar, mas, aceito as provocações e as insinuações nos termos em que mas põem, e como sou um homem de bem (Apoiados), entendo que o primeiro dever dum homem de bem é respeitar as pessoas que preza e que tem como amigos, antes que lhe demonstrem que como pessoas não são dignas da sua consideração.
Eu quero aqui significar, por êsse infinito dever de lealdade que eu tenho para com os meus amigos, e com respeito ao Sr. Presidente do Ministério quando se referiu a um negreiro, que se trata duma pessoa a quem aperto a mão, que muito estimo como amigo e que considero víctima duma prepotência do Sr. Norton de Matos. Trata-se do negreiro Venâncio Guimarães que apareceu com palavras depreciativas na bôca do Sr. Presidente do Ministério ao responder à minha interpelação, e eu invoco esta circunstância chamando a atenção dos Srs. taquígrafos para que transcrevam integralmente as minhas palavras, como devem ter transcrito integralmente as palavras do Sr. Presidente do Ministério.
Não sou amigo de ninguém que tendo um dia sido ofendido não saiba levantar essa ofensa; não o posso ser, e como se pode dar a respeito do negreiro Venâncio Guimarães a mesma circunstância que se deu a respeito do coronel João de Almeida, em que os Srs. taquígrafos se esqueceram de transcrever integralmente as palavras do Sr. Presidente do Ministério, peço aos Srs. taquígrafos que registem as minhas com cuidado, como devem registar com cuidado as palavras do Sr. Pre-