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Diário da Câmara dos Deputados
dinheiro cora as cambiais ao câmbio do dia.
De resto, não há nada, mas como eu receava que houvesse qualquer cousa que me esquecesse, preguntei ao Sr. Ministro da Agricultura, que me informou novamente de que mais nada havia.
Já tive ensejo de dizer nesta Câmara e no Senado, que nunca fui partidário do pão político. Não fui eu quem o inscreveu na legislação vigente.
Um àparte do Sr. Cunha Leal.
O Orador: — Engana-se. E não quero o ilustre Deputado, que eu diga que faz afirmações que não correspondem à verdade dos factos!
O Sr. Cunha Leal: — V. Ex.ª é que faz afirmações que não prova.
O Orador: — Sr. Presidente: há afirmações que, constituindo apenas uma impertinência,, eu poderei por vozes deixar passar. Aquelas, porém, que possam constituir um agravo é mais natural que quem as profere o faça em voz alta.
Um àparte do Sr. Cunha Leal.
O Orador: — Para que ninguém imagine que eu posso deixar passar uma frase com segundo sentido, direi ao ilustre Deputado Sr. Cunha Lial que, se a sua afirmação envolve uma ofensa, lha devolvo.
Trocam se vários àpartes.
Tumulto.
O Sr. Presidente: — Peço a atenção de V. Ex.ªs, e que deixem prosseguir no uso da palavra o Sr. Presidente do Ministério.
O Orador: — Sr. Presidente: tem V. Ex.ª seguido a minha exposição e tem podido verificar que, através de toda ela, tenho referido todos os pontos de vista que era necessário esclarecer à face do país, seja qual fôr a sanção que esta Câmara me possa dar, tenho-os apreciado e discutido sempre com toda a serenidade.
Com toda a serenidade também ouvi ontem palavras que poderiam ter sido substituídas por outras, de modo a diluírem, por assim dizer, as afirmações que porventura podiam constituir agravo, e que são desnecessárias para fazer ataques ao Govêrno. Tenho-as pôsto em releve, tenho-as rebatido como sei e como posso, parei que se não ficasse dizendo que as deixava passar em julgado j para que se não pudesse supor que êste Govêrno era constituído por criminosos ou que praticava actos que representassem a sita mancomunação com entidades dêste país frequentemente atacadas e a miúdo consideradas como criminosas.
Porque, como homem que preza a sua dignidade, não podia, deixar de as rebater. Assim o tenho feito, o V. Ex.ª, Sr. Presidente, é testemunha de palavras aqui proferidas, que eram absolutamente desnecessárias, e com as quais nada ganha a discussão, nem o prestigio do Parlamento ou das pessoas que as proferem.
Apoiados.
Não estou disposto a continuar a minha exposição se se mantiver esta situação numa sala do Congresso da República, porque eu não posso admitir que o respeito que tributo aos outros, quando falam, não me seja por igual tributado.
Apoiados.
Sr. Presidente: uma das afirmações aqui produzidas, com o intuito dó provar a nulidade da acção dêste Govêrno, é a de que quando êle tomou posse a libra estava a 60$, e hoje está a 100$; todavia, casos idênticos se têm produzido no País várias vezes, e até sendo Ministro dás Finanças o Sr. Cunha Leal.
Assim, em 20 de Novembro de 1920 o Sr. Cunha Leal era Ministro, e esteve no Govêrno até Março de 1921. Quando entrou, é câmbio estava a 7 3/16, e quando saiu ficou a 5 1/4, havendo, portanto, uma diferença aproximadamente de 50 por cento.
No que se refere a medirias financeiras, o Govêrno tinha um programa que não esqueceu. Há bastantes medidas complementares que ainda não foram objecto do discussão, e algumas delas necessário é que se efectivem, para que possam exercer a sua acção benéfica.
Acusam-nos do aumento da circulação fiduciária.
Realmente o Govêrno da minha presidência viu-se num certo momento forçado a aumentar a circulação.
Por culpa nossa?
Não, porque muitas vezos os erros não têm os seus efeitos deploráveis a seguir a serem praticados.