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Diário da Câmara dos Deputados
das as contribuições predial e industrial, assim como as percentagens destinadas aos municípios, sôbre as contribuições directas do Estado.
Com esta proposta essas percentagens aumentam 120 por cento.
Sem deixar de ponderar quanto possa haver de justo ao pedido da Câmara Municipal da Sertã, entendo ser conveniente que essa proposta seja remetida à comissão respectiva.
Essa comissão resolverá o que fôr mais conveniente, para depois a Câmara apreciar.
O orador não reviu.
O Sr. Abílio Marçal: — Devo explicar que o pedido para o aumento das percentagens é feito pela Câmara Municipal da Sertã e tem o parecer da comissão de finanças.
O aumento das percentagens é apenas transitório para pagamento do empréstimo.
Não tem carácter permanente.
O orador não
O Sr. Ministro da Marinha (Azevedo Coutinho): — Pedi a palavra para mandar para a Mesa uma proposta de lei, que resolve o problema da construção do Arsenal da Marinha no Alfeite.
Peço a V. Ex.ª que consulte a Câmara sôbre a urgência, para essa proposta de lei.
Foi aprovada a urgência.
ORDEM DO DIA
Continua a interpelação sôbre a política geral do Govêrno
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: na sessão passada tive ocasião de ouvir atentamente o ilustre parlamentar Sr. engenheiro Cunha Leal no seu largo discurso, e,) se bem que lamente não ter tido ontem mesmo o ensejo de lhe responder, eu devo dizer, antes de iniciar as minhas considerações, a V. Ex.ª e à Câmara, e muito especialmente ao Sr. Cunha Leal, que, apesar das afirmações de S. Ex.ª, por vezes violentas, eu não posso deixar de pôr em relevo aquele respeito e consideração que S. Ex.ª teve para comigo e que da mesma forma tenho por S. Ex.ª
Referiu-se o ilustre Deputado na primeira parte do seu discurso à política interna, embora no seguimento do seu discurso se tivesse referido igualmente a outros pontos que também se poderão considerar de política interna.
Disse S. Ex.ª, na primeira parte do seu discurso, que o Govêrno da minha presidência nada tem feito nos dezassete meses de administração, e que só tinha tido o fim de vexar e perseguir republicanos, quando é certo que tinha tido uma boa ocasião de fazer uma boa obra, tanto mais quanto é certo que herdara o poder tendo todas as dificuldades aplanadas.
Sr. Presidente: quando se exagera, dá-se uma grande facilidade a quem responde.
Quando se afirma que o Govêrno nada faz, quando se apresenta uma tam fácil opinião, natural é que a reacção venha de quem está falando, mais do que de quem escuta.
Eu nunca fui vaidoso nem espero sê-lo, mas devo declarar que nos 17 meses de responsabilidade de administração pública, me chegaram muitas palavras de apoio e confiança, mesmo de correligionários de S. Ex.ª
Sr. Presidente: nunca os dirigentes dos partidos, principalmente do partido liberal a mim recorreram que não me encontrassem com absoluta lealdade, e com o desejo de lhes evitar contrariedades, e quando foi das eleições municipais às pessoas graduadas do partido nacionalista que me procuraram eu disse as indicações que tinha dado aos representantes das autoridades.
Essas pessoas graduadas e antagonistas meus concordaram comigo na maneira como eu recomendava às autoridades só serem permitidos os actos que os Códigos permitem.
Os que disseram isto são homens de bem e decerto não me desmentirão. Sempre que de mim reclamam, sempre me encontram para atender seja ou não correligionário meu.
Àpartes.
Como seria possível que um presidente do Ministério, tivesse o critério de deixar vexar republicanos!
Hoje não se governa um povo a chicote.