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Diário da Câmara dos Deputados
por que só sabiam fazer revoluções, mas não sabiam governar um povo.
Apoiados.
Então, entrando-se na normalidade e legalidade, chamados os partidos constitucionais da República a governar, êstes deram-se as mãos; não deram o apoio, não prometeram o apoio incondicional aos Govêrnos, mas entenderam que o Govêrno, tendo de ser democrático, porque a maioria do Parlamento era democrática, devia íer as boas vistas dos partidos oposicionistas, os quais aguardariam os seus actos para depois se pronunciarem no momento oportuno.
Foi o que o Partido Nacionalista fez até agora, porque nós não temos, como falsamente o diz uma gazeta, o desejo ardente de ocupar aquelas cadeiras; não queremos mesmo assaltar aquelas cadeiras por meios violentos.
Não nos cabe por emquaato êsse direito.
Apoiados.
A maioria que governe e que substitua aqueles homens por outros mais capazes!
Apoiados.
Não temos desejos de Poder, não estivemos sub-reptíciamente a preparar uma votação, como as gazetas afirmam, para de surpresa ocuparmos aqueles lugares: é que fartos, cansados de assistirmos à inutilidade da obra do Govêrno, manifestada por mil e um aspectos, nós, ainda, prestando culto àquele amor que nos guia pelo país onde nascemos, entendemos que o nosso direito de crítica devia exercer-se neste sentido: apontar ao Govêrno o caminho natural que devia seguir.
Apoiados das direitas.
Há calor, evidentemente, por vezes nas nossas discussões, mas os homens. que se prezam e respeitam sabem discutir sempre com elevação; ainda que com violência, com cortesia sempre.
E não temos necessidade de lições de ninguém para nos vir dizer que o assunto está suficientemente esclarecido, quando ainda, apenas, a uma conclusão chegámos: já inutilidade absoluta e completa da acção do Govêrno!
Apoiados das direitas.
O Sr. Presidente do Ministério, como republicano, como homem evidentemente
votado à causa da República, quero crer e faço-lhe essa justiça, por si terá um enorme desejo de bem a servir, mas tem por tal forma desperdiçado a sua atenção, já quando o acusam nesta Câmara, já quando gisa os negócios públicos, que forçosamente, sem um ponto claro e definido, ao acaso, não pode fazer boa obra política.
S. Ex.ª escolheu livremente os seus correligionários; S. Ex.ª, ao ocupar aquelas cadeiras com êles, fê-lo certo de que faria e daria à Nação o melhor dos seus esfôrços, mas como entre aquilo que pensamos e aquilo que podemos fazer há uma distância enorme, S. Ex.ª, por mais que procure justificar a sua obra e a dos seus Ministros, há-de sempre reconhecer que ela não só por vezes tem sido inútil, como tem sido contraproducente.
Apoiados das direitas.
Vou demonstrar esta minha afirmação, e por isso, convencido como estou da sua inteira verdade, entendo que o Sr. Presidente do Ministério, antes de consultar a opinião desta Câmara a seu respeito, deve consultar a sua consciência, a fim de ver se devo marchar para a frente ou para trás.
A êste respeito da acção de S. Ex.ª permito-me contar à Câmara um caso passado em Inglaterra num aviário, onde apareceu uma galinha com quatro pernas, duas para a frente e duas para trás. Havia necessidade de ela se voltar para trás e então ela fazia m aí chá atrás com toda a facilidade e sempre com a cabeça voltada para a frente. Faz-me lembrar essa galinha, salvo o devido respeito, o Sr. Presidente do Ministério, pela facilidade com que faz marcha atrás e com o rosto voltado para a gente.
Risos.
Isto é que tem tornado contraproducente a obra de S. Ex.ª!
S. Ex.ª acusou-nos de ingratidão, dizendo que se tem esforçado por bem nos servir e respeitar os nossos direitos, motivo por que por vezes até cai nas más graças dos seus correligionários.
É porque nos seus correligionários não há um ponto de vista uniforme, cada um pensando de. sua maneira. Daí resulta uma obra desconexa, sem orientação definida.
Disse o Sr. Presidente do Ministério