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Sessão de 10 de Julho de 1923
damos o nosso voto a essa proposta e a damos, não por coacção, mas porque reconhecemos que a situação do funcionalismo é insustentável.
Apoiados.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Presidente do Ministério não fez a revisão das suas interrupções.
O Sr. Jorge Nunes: — Apesar de ocupar modestamente um lugar nesta Câmara, entendi que devia intervir neste debate, porque julgo que todos aqueles que mais ou menos têm tido uma colaboração na administração do País, o devem fazer, para preguntar ao Govêrno o que fez e tenciona fazer, e mostrar-lhe a conveniência de abandonar o Poder se entende que nada pode realizar.
Apoiados.
Eu não tenho que pedir licença a ninguém para apresentar as minhas opiniões.
Àpartes.
Hoje não são os jornais políticos que têm autoridade para orientar a opinião pública; e dizendo isto não me refiro a todos.
Eu não compreendo coacções políticas de nenhuma espécie, e magoa-me quando vejo que se faz uma campanha acintosa contra o partido a que tenho a honra de pertencer.
Eu entendo que os jornais, grandes órgãos da opinião pública, façam a política dos Govêrnos quando essa política não fôr contrária aos interêsses nacionais.
Não compreendo que os jornalistas propositadamente falseiem a verdade, conhecendo, como conhecem, as pessoas.
Sr. Presidente: ouvi ler ao Sr. Cunha Leal uma carta que vem mostrar a falta de autoridade que têm aqueles que a querem impor.
Sr. Presidente: dizem os jornais de ontem que o debate político está suficientemente esclarecido; mas não é assim, e a carta, que foi lida reforçou a minha afirmação.
Àpartes.
Êsse caso necessita ser esclarecido.
Não sei o que se passou, por que estive afastado desta Câmara em horas que posso dizer amargas para a Nação.
Cada um julgava que cumpria o seu dever, ficando onde estava, e eu faço essa justiça aos meus adversários.
Acartes.
No emtanto êsses, tais órgãos da chamada opinião pública, aqueles que são lidos em todo o País, nos seus ecos políticos, não faziam mais do que considerar brincadeiras de crianças a atitude do Partido Nacionalista. E que estando todos os dias a apregoar uma concórdia, indispensável para bem marcharmos, supõem que essa concórdia se entende no sentido de uma subordinação incondicional.
Mas nós não estamos dispostos a pensar pelas cabeças alheias, e sobretudo por cabeças anónimas, cuja mentalidade, não vemos senão através de meia dúzia de linhas.
Apoiados.
Cada um no lugar próprio tome a responsabilidade das suas palavras.
Eu sei bem que estando a falar para o País, só S. Ex.ªs me escutam, e quando muito o Diário de Lisboa repetirá as minhas palavras, porque amanhã, no relato dos jornais, apenas se dirá que «o Sr. Deputado Jorge Nunes, usando da palavra, atacou o Govêrno», seguindo-se depois então o longo arrazoado do Sr. Presidente do Ministério.
Nestas condições, com a razão que me assiste, contesto a êsses pretensos órgãos da opinião pública a autoridade para me indicarem o caminho a seguir.
Apoiados,
Sr. Presidente: após aquela jornada sangrenta que ennodoou para todo o sempre uma página da história portuguesa, os partidos entenderam que deviam dar-se tréguas.
Tréguas para quê?
Para se revigorarem?
Não. Tréguas porque entenderam que das suas lutas, das suas pugnas, alimentadas por uma imprensa falsamente orientadora, não resultava senão o engrandecimento dos nulos, dos incompetentes e dos ambiciosos.
Efectivamente, depois da vitória efémera dêstes, foram êles próprios que, horas após a noite trágica do Arsenal, reconheceram a sua incompetência, êles que nos contestavam o valor para administrar um povo; reconheceram a sua insuficiência e apelaram então para os partidos,