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Diário da Câmara dos Deputados
Compreendo todos os ataques; não compreendo a adulteração do sentido deles.
O Sr. António Maria da Silva não ficou irritado por eu ter dito palavras injuriosas que não lhe dirigi; o que o feriu foi apenas o ter sido atacado, porque todas as razões se limitam a justificar-se como pessoa intangível e inatacável.
Apoiados.
Tenho na minha mão a cópia de um relatório enviado pela Agência de Angola ao Alto Comissário, que explica muito bem qual é o pensamento da Agência.
Leu.
Direi que não se trata de fazer acusações a nenhum jornal, porque tanto se pode dar a hipótese de a Agência dizer que paga aos jornais e não pagar, como também a hipótese de os jornais receberem.
Emfim, é uma questão entre os jornais e a Agência.
Êstes documentos estão à disposição dos directores dos jornais, porque, servindo-me de um documento que me foi enviado pelo correio, tive ocasião de verificar a sua autenticidade, fazendo reconhecer a letra e a assinatura por um notário.
O Sr. Norton, de Matos tem boa iniciativa, mas tem também uma vontade impetuosa, que é excitada pelos seus amigos.
Mas há mais: vejo ainda nesta questão uma outra enxertada.
Apresentam-se argumentos, responde-se com acusações a terceiras pessoas; apresentam-se ideas, responde-se com o silêncio; mostra-se moderação nos argumentos, responde-se com uma revoltante superioridade de super-homens, que o são apenas porque a si próprios deram essa classificação.
Os funcionários públicos são ponderados, mas se não o fossem, teríamos nós amanhã de receber o retraio das pessoas que nos haviam de matar.
Ora, ponhamos as cousas claras.
Coacções desta natureza quero acreditar que não foram Afeitas e creio que o Sr. Presidente do Ministério o dirá.
Àpartes.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva) (interrompendo): — Creia V. Ex.ª que não tenho responsabilidade alguma no que V. Ex.ª acaba de ler nesse jornal.
Não atribuí a referida demora a ninguém.
A culpa da demora que tem havido nessa operação só a tem o Parlamento e mais ninguém.
Àpartes.
O Orador: — Portanto, o redactor do que aqui se diz neste jornal não escreveu uma cousa certa.
Aqui diz se que o Sr. Presidente do Ministério teria dito e S. Ex.ª acaba de declarar que não disse tal cousa a pessoa alguma.
Àpartes.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva) (interrompendo): — Eu nada tenho com êsse projecto.
Apenas estabeleci relações entre o Poder Legislativo e o Executivo.
Intervim só em várias questões entre o Senado e a Câmara dos Deputados.
Tive até pesar que se fizesse certa votação aumentando determinados ordenados como os dos Ministros.
Àpartes.
O Orador: — A minha última consideração está posta de parte, porque evidentemente A Pátria falseou as palavras do Sr. Presidente do Ministério, visto que S. Ex.ª diz cousa diferente.
Àpartes.
Mas como alguma cousa pode ficar do caso, eu quero significar que o mesmo jornal já também disse que o Sr. Mendes dos Reis teria dito que o Senado e êle não votariam os orçamentos antes de discutir as subvenções ao funcionalismo e
Àpartes.
Tenho o maior desejo que nunca as minhas palavras sejam alteradas como às vezes sucede.
Terminando, declaro que não temos desejo de protelar a discussão das subvenções ao funcionalismo, e que se o Govêrno ou a maioria quiser tomar a iniciativa de hoje, terminada a sessão, ela ser prorrogada para ser votado êsse projecto de subvenções, nós dêste, lado da Câmara