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Diário da Câmara dos Deputados
O Orador: — Mas o que pode assegurar ao ilustre leader monárquico e à Câmara é que nunca o Sr. Carnegie se dirigiu ao Ministro dos Negócios Estrangeiros ou a qualquer outro membro do Govêrno Português, ou ainda a qualquer alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, senão falando sempre em nome do Govêrno Inglês.
Apoiados.
O Sr. Carnegie representa apenas o Foreign Office e é dele que recebe as suas instruções. Evidentemente que não seria para aceitar que o general Smuts procurasse conversar com o Govêrno Português através de qualquer pessoa em Lisboa que se não pudesse considerar como seu represente aqui.
O Sr. Carnegie representa a Inglaterra e, por consequência, quando fala com o Govêrno Português é sempre em nome da Inglaterra que fala.
Antes de terminar e já que se referiu à política externa, não pode deixar de fazer referência ao que se passou ainda há pouco na Conferência Interparlamentar do Comércio, que se realizou em Praga. Sabe a Câmara que estivemos em iminente risco de ficarmos sem representação nessa Conferência, por virtude de razões que são do conhecimento público e que não vale a pena estar a discutir.
Não é mesmo para relembrar essas razões que êle, orador, faz referência a êste assunto, mas para mostrar que na política internacional, além dalguns factos já apontados e que não são confirmativos das preocupações alarmantes que porventura possam surgir aos espíritos em Portugal, porque se pode haver erros, visto todo o homem ser susceptível de errar, o que não há, são desastres ou ruínas, ainda um modesto serviço o orador prestou ao país a propósito da Conferência Interparlamentar do Comércio, em que teríamos ficado sem representação se acaso não tivesse sentido a necessidade de remover quaisquer obstáculos para que essa representação portuguesa não deixasse de efectivar-se. Nessa Conferência representou-nos o ilustre Senador Sr. Augusto de Vasconcelos e o seu ilustre colega Sr. Ernesto Navarro.
A Conferência Interparlamentar do Comércio votou alguma cousa que pode interessar a Portugal e que não teria sido votada se não nos tivéssemos representado e se não fossem as propostas apresentadas pelo ilustre Senador Sr. Augusto de Vasconcelos.
Êle, orador, é adversário político de S. Ex.ª, porque estão em partidos diferentes, mas entende que é indispensável pôr para fora dos hábitos políticos e das discussões parlamentares, sobretudo das discussões desta natureza, a preocupação restrita da política partidária, para não deixarmos de nos prestar uns aos outros a justiça a que temos direito.
Assim, é com louvor que regista perante o Parlamento a acção do ilustre Senador Sr. Augusto de Vasconcelos na Conferência Interparlamentar do Comércio.
O orador lê em seguida uma proposta que nessa Conferência foi apresentada relativamente ao pacto da Sociedade das Nações, donde se pode concluir que a nossa representação foi de grande utilidade.
O Orador: — Quanto à questão dos câmbios, o Sr. Augusto de Vasconcelos fez incluir no programa da Conferência Interparlamentar do Comércio uma expressão que é convenientemente útil aos interêsses portugueses.
O orador lê à Câmara essa passagem do programa, onde a expressão tanto quanto possível foi votada por proposta do Sr. Augusto de Vasconcelos, assim como uma emenda ao n.º 2.º e ainda uma nova alínea.
O Orador: — Foi uma proposta da delegação inglesa, votada a seguir à proposta redigida pelo Sr. Augusto de Vasconcelos.
E alguma cousa para satisfação dos interêsses nacionais.
Permita-lhe agora a Câmara que fale um pouco de si.
Não se considera um inexperiente, embora se considere incompetente.
Fez parte de um Govêrno ao qual também pertenceu o Sr. Cunha Leal, que sobraçava a pasta das Finanças.
Êle, orador, ocupava, a mesma pasta que ocupa agora-a dos Negócios Estrangeiros.
Nesse Ministério estiveram sempre em concordância, e nessa altura já se deba-