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Sessão de 12 de Julho de 1923
tia o grave problema da política externa. Algumas vezes êsse problema teve de ser apresentado à apreciação do Conselho de Ministros.
Êle, orador, e o Sr. Cunha Leal estiveram sempre de acôrdo.
Mais tarde fez parte do Ministério presidido pelo Sr. Bernardino Machado, que é uma mentalidade superior, que conhece os assuntos de política internacional. Teve a honra de ser Ministro dos Negócios Estrangeiros nesse Ministério, e, apesar de lhe faltarem qualidades de mérito, nunca teve da parte de S. Ex.ª uma discordância, um ponto de vista divergente profundamente do seu, que pudesse levá-lo a abandonar o Poder.
É que então reconhecia-se uma cousa, pelo menos: reconhecia-se que quem ocupava a pasta dos Negócios Estrangeiros era uma pessoa que tinha cuidado, tinha vigilância, tinha a preocupação de bem servir os interêsses do país. Emfim, quem estava na pasta dos Negócios Estrangeiros era uma pessoa que procurava cumprir sempre o seu dever de português. É êsse português o mesmo que se encontra actualmente na pasta dos Negócios Estrangeiros.
Porque é então que se faz um ataque tam cerrado à política seguida pelo mesmo homem que já em outras conjunturas ocupou essa pasta e que não mereceu um ataque tam violento como o que lhe foi feito agora?
É a política que o pode explicar.
Em todo o caso o ilustre Deputado podia, por um pouco de homenagem à justiça, ter procurado encontrar alguma cousa que não fôsse só ruína nem desastre, mas fôsse, sim, de utilidade real para o país.
O Sr. Cunha Leal quis ter a bondade de lhe dirigir palavras de cumprimento o palavras de amizade durante o seu discurso.
Não as estranha e não quere deixar de as agradecer, afirmando a S. Ex.ª que tem sempre procurado corresponder à amizade com. que S. Ex.ª o honra.
Vai terminar.
Confessa que sente sôbre si grandes responsabilidades que lhe advêm de estar servindo o país, numa pasta que é das mais melindrosas no momento.
Tem o país uma formidável história, tem uma tradição de altiva dignidade e direitos incontestáveis à face da justiça.
Tem procurado não esquecer a história do Portugal, não esqueci essa tradição de altiva dignidade que tem obrigado em todas as conjunturas todos que passam pelas cadeiras do Poder, quando sentem verdadeiramente latejar nas veias o sangue português, a falarem altivamente em defesa dos seus direitos em face das nações junto das quais haja que firmar-se essa defesa.
Tem procurado cumprir êsse dever com persistência, com brio e dignidade patriótica.
Quando se convencer do contrário abandonará êsse lugar.
Não está nele para satisfazer uma ambição.
Êle, orador, ocupava o lugar que S. Ex.ª, o Sr. Presidente está ocupando, e ocupava-o em condições excepcionais, que deixaram no seu espírito uma saudade perdurável. Ocupava-o com o carinho de toda a Câmara e com a consideração de todos os seus membros, que nunca agradecerá suficientemente.
Abandonou êsse lugar porque?
Pela ambição de tornar a ser Ministro?
Ninguém poderá afirmar isso.
Veio para ali no cumprimento de um dever; veio com sacrifício e com sacrifício ali se manterá em quanto tiver a convicção de que alguma cousa tem produzido e poderá produzir de útil e eficaz para o bem do seu país.
O orador foi muito cumprimentado.
O discurso será publicado na íntegra, quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.
O Sr. Presidente: — Vai ler-se um ofício que veio do Senado, convocando a sessão do Congresso.
Foi lido na Mesa.
O Sr. Presidente: — Interrompo a sessão para se reunir o Congresso.
Está interrompida a sessão.
Eram 10 horas e 10 minutos.
Reabriu a sessão às 19 horas.
O Sr. Presidente: — Vai-se entrar no período de antes de se encerrar a sessão.