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Diário da Câmara dos Deputados
ponsável pelas conclusões a que S. Ex.ª chegou; conclusões que são apenas e exclusivamente da responsabilidade de quem quere chegar a elas.
Não disse aqui, Sr. Presidente, uma palavra que pudesse de qualquer forma denotar recusa da minha parte em fornecer à Câmara e à Nação o conhecimento do que há relativamente à política externa em matéria de reparações.
Não posso, pois, deixar de protestar contra esta afirmação do Sr. Cunha Leal.
Apoiados.
O que disse e repito agora é que o ponto de vista de Portugal continua sendo o que tem sido até aqui, o de se marcar uma posição de absoluta defesa dos nossos interêsses.
Sr. Presidente: se manifestei reservas e prudência, foi em falar sôbre negociações em curso.
Muitos apoiados.
O Sr. Cunha Leal (interrompendo): — Se está a negociar, o país tem o direito de conhecer o ponto de vista das negociações.
O Orador: — Tomo, Sr. Presidente, a devida nota do seu critério para quando S. Ex.ª ocupar estas cadeiras proceder de igual forma.
O Sr. Cunha Leal (interrompendo): — É um crime preguntar se nos mantém o que foi fixado em Spa?
O Orador: — O que eu posso dizer a S. Ex.ª é que as percentagens que foram distribuídas às nações não foram ainda alteradas.
O Sr. Cunha Leal: — Mas a Inglaterra já nos fez uma proposta diferente.
O Sr. Velhinho Correia: — Mas não a aceitámos nós.
O Sr. Cunha Leal: — Estamos então contra o ponto de vista inglês.
Há apoiados e não apoiados, tendo-se nesta altura trocado vários àpartes que não foi possível reproduzir.
O Orador: — Sr. Presidente: eu tomo nota das próprias palavras de S. Ex.ª
Diz S. Ex.ª que estamos contra o ponto de vista inglês.
E esta, Sr. Presidente, uma afirmação de S. Ex.ª, e não minha.
Muitos apoiados.
Não temos, Sr. Presidente, necessidade alguma de nos anteciparmos, dizendo se estamos ou não de acôrdo com êste ou aquele ponto de vista.
Venha S. Ex.ª para estas cadeiras; defina logo ao entrar essa orientação, e eu lhe pedirei contas ali daquelas cadeiras.
Interrupção do Sr. Cunha Leal, que se não ouviu.
O Orador: — Até agora, o que está estabelecido é a distribuïção de 172 biliões de marcos, ouro. As percentagens não foram alteradas.
Há apenas uma proposta que não foi aceita.
Alguns resultados houve das conferências entre as diversas potências, e, portanto, pregunto se temos vantagem ou necessidade em nos anteciparmos para dizermos que aceitamos êste ou aquele ponto de vista, que abdicamos da segunda série das obrigações fixadas no Conselho Supremo de Londres.
O Sr. Cunha Leal: — Havia a proposta da conferência da Paz.
O Orador: — Não estamos na circunstância de abdicarmos disto ou daquilo; seja do que fôr.
Apoiados.
Sabem todos que o tratado de Versailles resolveu o Assunto, pelo direito de resolução que o tratado lhe confere, e que nós todos temos necessidade de porventura ter uma nova orientação em defesa dos nossos interêsses.
Não estou a fazer jôgo de palavras; estou a falar com sinceridade, e apenas tenho a preocupação de dizer a verdade. 1 Não posso inventar nem fantasiar.
O orador não reviu.
O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: não voltava ao debate se não fôsse a forma que deu ao seu discurso o ilustre Deputado Sr. Jaime de Sousa, em res-