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Sessão de 13 de Julho de 1923
Guerra não deixará de proceder como fôr de justiça e nos termos do regulamento disciplinar do exército.
O Sr. António Maia (para explicações): — Folgo muito com que S. Ex.ª venha a tomar essa atitude, porque é uma prova de que S. Ex.ª está em condições de poder continuar na sua cadeira de Ministro para manter a disciplina.
Admissão
Proposta de lei
Do Sr. Ministro da Guerra considerando mutilados de guerra os militares abrangidos pela alínea a) do artigo 6.º da lei n.º 1:170, de 21 de Maio de 1921.
Para a comissão de guerra.
Foi aprovada a acta.
ORDEM DO DIA
Primeira parte
O Sr. Presidente: — Vai entrar-se na 1.ª parte da ordem do dia, continuação da interpelação do Sr. Cunha Leal ao Sr. Presidente do Ministério.
Tem a palavra para explicações o Sr. Cunha Leal.
O Sr. Cunha Leal (para explicações): — Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros as suas boas palavras de cortesia. Estava tam pouco habituado a fórmulas de cortesia, que não posso deixar de endereçar a S. Ex.ª os meus sinceros agradecimentos. S. Ex.ª foi tam correcto para mim como eu o fui para S. Ex.ª
A atitude do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros veio demonstrar que se pode ser adversário político sem quebra das relações pessoais.
Apoiados.
S. Ex.ª não foi avisado de que eu me iria referir ao problema das reparações e das nossas relações comerciais com o estrangeiro.
A culpa não é minha, mas do Sr. Presidente do Ministério que se esqueceu de «o comunicar; eu é que não me esqueci de avisar o Sr. Presidente do Ministério.
Quis dar-nos, e muito especialmente a mim, uma lição de tacto diplomático, e nem por isso eu ficaria zangado, porque de S. Ex.ª posso sempre receber lições, porque S. Ex.ª é uma pessoa bem educada, e as lições de S. Ex.ª nunca nos ferem.
Mas a verdade é que S. Ex.ª precisa demonstrar que é falso o que eu disse.
Eu não faiei com leviandade. Disse o que devia dizer, e não disse mais do que devo dizer.
Apoiados.
O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira): — S. Ex.ª parece que ficou com uma impressão menos exacta das minhas palavras. Eu não disse que S: Ex.ª tinha tratado a questão com leviandade; disse que, em vez de aguardar resoluções, procederia com leviandade.
O Orador: — Agradeço as explicações de S. Ex.ª como Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Demonstrarei à Câmara o seguinte: que S. Ex.ª precisa de dizer mais alguma cousa do que disse.
Apoiados.
O seu silêncio pode significar que a nossa situação não seja aquela que desejamos.
S. Ex.ª invocou alguns momentos da boa camaradagem que existiu entre nós em dois Ministérios em que havia sido meu companheiro.
Não esqueço êsses bons momentos de camaradagem, não esqueço os serviços do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros prestador ao país, e até lamento que, ao rememorá-los, se tivesse esquecido do maior que praticou quando Ministro dos Negócios Estrangeiros: as negociações havidas no Ministério Bernardino Machado para que os 2 milhões de libras da dívida ao Banco de Inglaterra ficassem incluídos na nossa dívida de guerra.
Representa isto uma vantagem.
Não desmereço as qualidades de S. Ex.ª nem tenho em menos apreço as suas faculdades de inteligência.
A nossa política, porém, tem sido demasiadamente pouco escrupulosa nas nossas relações externas, o que não é próprio de quem quere bem servir os interêsses do país.