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Sessão de 13 de Julho de 1923
Preciso demonstrar ao país que existe desleixo, incompetência e falta de disciplina nos hospitais.
A noção administrativa que elos têm ajuíza-se bem pela seguinte frase: Não há escrita e as contas são de saco.
Ali não há outras contas que não sejam contas de saco.
Desfeita a habilidade com que se pretendia fazer supor que determinados documentos eram uns outros, desfeita a habilidade com um novo requerimento que mando para a Mesa, espero que êsses documentos me sejam enviados com a máxima brevidade.
Já que estou no uso da palavra, peço ao Govêrno que mande publicar no Diário do Govêrno os relatórios dos nossos delegados às várias conferências internacionais, porque muitas vezes, através das notícias dos jornais, ficamos com a noção de que os nossos representantes, se manifestam apenas em brindes de um certo sabor literário, como ainda ontem o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros teve ocasião de ler nesta casa.
A acção dos delegados nossos nas conferências internacionais, segundo as afirmações de S. Ex.ª, têm-se limitado por proposta sua a modificar as conclusões que haviam sido votadas na conferência internacional de Génova.
Não é, pois, demasiado, que o Parlamento conheça as ideas dêsses representantes, para, porventura, as elogiar, se de elogios carecerem, ou para as censurar, se censura merecerem.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Vasco Borges: — Vou tratar de um caso semelhante àquele a que acaba de referir-se o Sr. Carlos Pereira e que tem a mesma origem.
No dia 2 do mês passado mandei para a Mesa um requerimento, em que pedia que me fossem enviados determinados documentos relativos aos hospitais civis, porém, até hoje, apesar do tempo que já passou, não recebi êsses documentos. Nem se quer podem alegar que a extensão dos documentos era de tal ordem que se tornava demorado copiá-los.
Êsses documentos eram: cópia de uma participação que, quando eu era Ministro do Trabalho, me fora enviada sôbre factos
gravíssimos passados no Hospital do Rêgo, e também cópia dos resultados do inquérito a que mandei proceder sôbre êsses factos, se êle já estivesse feito, ou então a afirmação de que êle ainda não estava feito.
Afirmo a V. Ex.ª e à Câmara que, essas cópias já me podiam ter sido entregues, porque não representam grande trabalho, mas porque não me foram entregues, eu suspeito que há o propósito, por parte de quem me devia enviar tais documentos, de me impossibilitar de tratar o caso no Parlamento, e assim o país desconhecer os factos gravíssimos que se passam no Hospital do Rêgo, e tanto mais graves quanto é certo que, já depois de se passarem aqueles que chegaram ao meu conhecimento, outros já se deram.
Efectivamente, tenho informação, entre outros casos, de que uma doente há pouco ali internada contra sua vontade, como geralmente sucede às pessoas atacadas de doenças epidémicas, sucumbiu ao fim de quarenta e oito horas sem ter tido assistência médica, porque directores o médicos do hospital, com conhecimento do director geral dos hospitais, abandonam, os serviços a seu cargo, embora recebam todos os meses os seus vencimentos ainda aumentados com melhorias.
Sr. Presidente: esta demora de envio dos documentos pedidos impossibilita-me de tratar do caso com toda a largueza que êle merece e representa uma falta de consideração pelo Parlamento.
Peço, por isso, providências.
Apoiados,
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. João Bacelar: — Sr. Presidente s já que estamos em maré de reclamações, desejo também que V. Ex.ª me diga se tem conhecimento, ou se isso consta de algum dos registos da Mesa, das vezes que tenho pedido a V. Ex.ª e ao Sr. Ministro do Comércio relação circunstanciada de todos os indivíduos que foram à Exposição do Rio de Janeiro, bem como dos salários que os mesmos foram vencer e das situações oficiais que tinham cá e das que foram representar lá.
Eu venho há seis meses instando para que me seja fornecida uma nota acêrca dêsse assunto, e, como sucede com o Sr.