O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6
Diário da Câmara dos Deputados.
do-se chegado à conclusão de que efectivamente o Sr. Dr. Azevedo Gomes tinha desempenhado o seu lugar com todo o zêlo e competência.
É esta a verdade, tendo-se também chegado à conclusão de que o Dr. Hermano de Medeiros havia exercido, como era natural, o seu lugar de director dos Hospitais com muito zêlo e competência.
Trata-se, como a Câmara vê, duma questão sem importância.
Devo dizer mais que as acusações aqui feitas pelo Sr.. Hermano de Medeiros ao Sr. Vasco Borges são infundadas, porquanto o inquérito não foi ordenado pelo Sr. Vasco Borges.
Foi, pois, a instâncias do Sr. Dr. Azevedo Gomes, e bem assim o Sr. Hermano de Medeiros, como director dos Hospitais de Lisboa, que o inquérito foi ordenado, tendo o Sr. Vasco Borges seguido apenas uma ordem que tinha sido dada.
Queixa-se o Sr. Hermano de Medeiros de não ter sido ouvido no inquérito.
O ar. Hermano de Medeiros: — Não fui quando o devia ter sido.
O Orador: — Não se tratava duma sindicância ao director dos Hospitais, e assim foram ouvidas as pessoas mais competentes e os profissionais que os indivíduos encarregados de fazer essa sindicância entenderam ouvir.
Parece-me portanto, que esta questão mínima, que devia terminar horas depois de ter começado, não merecia êste inquérito, que só veio dar vulto a uma questão sem importância.
Referiu-se igualmente S, Ex.ª a várias irregularidades praticadas nos serviços hospitalares, e eu a isso devo dizer que a maior parte delas são casos julgados, não podendo eu, portanto, bulir no assunto, pois o contrário representaria a indisciplina e a desordem social.
Disse S. Ex.ª que havia processos pendentes que não andam, quando deviam andar, e eu, a êsse respeito devo dizer que terei muito prazer em receber, no meu gabinete de trabalho, a visita do Sr. Hermano de Medeiros; ficar-lhe-ia muito grato se S. Ex.ª, lá, ou aqui, me indicasse quais são, na realidade, êsses processos pendentes que ainda se não encontram julgados.
Agradeceria muito a S. Ex.ª essa indicação, que decerto deve ser sempre prestada por todos os bons portugueses, como o Sr. Hermano de Medeiros, que é uma pessoa de toda a respeitabilidade e um velho republicano.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente: pedi a palavra para responder ao Sr. Ministro do Trabalho, pedindo à Câmara um pouco de atenção para o que vou dizer, visto que, se bem que seja uma figura parlamentar apagada, sou no emtanto um grande republicano e de sempre, pois na verdade nunca fui outra, cousa.
Devo dizer que o Sr. Ministro do Trabalho foi muito infeliz na sua resposta, devendo dizer-lhe mais uma vez que não tive o mais leve intuito em o atacar.
Disse S. Ex.ª que eu me tinha referido a êle sem razão nem justiça.
S. Ex.ª tem que o provar; é absolutamente necessário para minha honra que diga em que é que eu o ataquei.
O Sr. Ministro do Trabalho: — Eu não disse isso, antes pelo contrário, comecei até por lhe agradecer as palavras amáveis que me tinha dirigido.
O Orador: — O Sr. Ministro do Trabalho foi mais do que infeliz na resposta que acaba de dar à minha interpretação, porque, na inabilidade com que a deu, S. Ex.ª provou à Câmara de uma maneira irrefutável que é absolutamente incompetente para gerir a sua pasta. S. Ex.ª foi, até, o primeiro a lamentá-lo, ao afirmar r que desconhecia os pormenores da questão que deu origem à minha interpelação, não obstante a longa preparação que S. Ex.ª teve para me responder.
O Sr. Ministro do Trabalho afirmou peremptòriamente desconhecer a organização e vida hospitalares; pois bem: um Ministro que vem ao Parlamento responder a uma interpelação sôbre um assunto cujas minúcias, êle não conseguiu aprender só tem um caminho a seguir: abandonar o seu cargo e sair por aquela porta.
Sr. Presidente: em toda esta momentosa questão o nome do Sr. Azevedo Go-