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Diário da Câmara dos Deputados
traduzindo-se algumas delas em receitas relativamente insignificantes e cuja cobrança se arrasta por longos dias, tanto mais que, quanto à lei do sêlo, em breve principiarão as férias judiciais que consideràvelmente afectam as respectivas receitas.
Parece que à Câmara custa realizar aquele preceito que diz que toda a gente deve descansar por certo período.
Embora na sessão passada se tivessem votado algumas propostas de contribuições precisamente em Agosto, esquece-se a maior parte das pessoas que tal recordam, votando agora a prorrogação para cá não voltarem, que o ano passado a Câmara abriu muito mais tarde, compreendendo-se assim que também mais tarde tivesse encerrado os seus trabalhos.
Não se compreende que, estando aberta a sessão há muítissimo tempo, estejamos sentindo a dificuldade de manter os parlamentares na Câmara mais tempo com mais medidas de desprestígio para o Parlamento.
Apoiados.
O Partido Nacionalista não vota nesta sessão a convocação do Congresso para a prorrogação da sessão legislativa, como não votará a prorrogação do Congresso.
O desejo do Partido Nacionalista será ver resolvida a questão cerealífera.
Podíamos ter votado uma moção de desconfiança ao Govêrno, mas não quisemos que êste deixasse de continuar a governar-nos ou a desgovernar-nos.
Se se prorrogar a sessão legislativa, preguntaremos ao Govêrno e ao Parlamento para que serviu essa prorrogação.
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Sr. Presidente: dou o meu voto à proposta da maioria para que a actual sessão legislativa seja prorrogada, apesar do sacrifício que farei em continuar a vir assiduamente aos trabalhos parlamentares, depois de ininterruptamente aqui me ter mantido sempre, discutindo, com os melhores intuitos de servir o país, os problemas que conheço.
Um dêstes problemas, que é de capital importância, é o do regime cerealífero.
A êste respeito tive o prazer de ouvir durante alguns dias o ilustre Deputado Sr. Sousa da Câmara e outros oradores, todos afirmando a mesma intenção de bem servirem o país, e lamento profundamente que fechemos esta sessão legislativa sem que o regime cerealífero seja votado.
Nós estamos vivendo positivamente sem lei cerealífera, porque aquela que aqui foi votada no ano passado tem sido consecutivamente alterada pelos vários Ministros que têm passado pela pasta da Agricultura.
Eu tive a honra de mandar para a Mesa um projecto de lei relativo à importação dos trigos, no sentido de proteger a agricultura das sanguessugas que hoje se atribuem a qualidade de serem o maior Poder do Estado.
Lamento que as oposições tivessem gasto mais de um mês num estéril debate político, fazendo obstrucionismo, em detrimento da aprovação do regime cerealífero e de outras medidas de inadiável urgência que são necessárias ao Govêrno.
Se estivéssemos numa outra, situação diferente da actual, talvez eu fôsse adversário dêste Govêrno, porque êle tem praticado alguns erros, sobretudo em matéria cerealífera; mas, nas circunstâncias presentes, eu entendo que uma crise política seria muito perniciosa aos interêsses do país.
Dou, portanto, o meu voto a proposta da maioria e entendo que não devemos negar ao Govêrno aquilo que êle julga indispensável para produzir uma obra útil.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: há um homem que se quere suicidar e vários homens que querem ser cúmplices nesse suicídio!
O homem que se quere suicidar é o Sr. Ministro das Finanças.
O Sr. Carvalho da Silva: — Politicamente...
O Orador: — Politicamente, está claro...
E os homens que são cúmplices neste suicídio são os Srs. Deputados da maioria e vários Srs. Deputados do Partido independente que votaram quási unanimemente o requerimento e a admissão da proposta.
Eu, que considero o Sr. Ministro das Finanças, pessoalmente, uma pessoa estimável, sou o primeiro, apesar de seu adver-