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Sessão de 26 de Outubro de 1923
O Sr. Carvalho da Silva: — Antes da ordem posso preguntar sôbre o que muito bem entender.
O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Guerra (António Maria da Silva): — Seria adoptar o sistema fantástico de haver duas discussões sôbre o mesmo assunto.
O Orador: — O Sr. Presidente é quem dirige os trabalhos.
Sr. Presidente: ao comunicar ao Parlamento que a prata que estava no Banco de Portugal, e que era garantia da circulação,fiduciária, havia servido para uma operação, ao fazer esta afirmação à Câmara, há um chefe do Govêrno que se não levanta para imediatamente negar essa notícia!
De duas uma: ou o chefe do Govêrno não sabe medir a importância duma afirmação desta natureza, ou essa notícia é então verdadeira.
Apoiados.
É que o chefe do Govêrno considera o País como massa falida, e está empenhando-o.
É êste um Govêrno que empenha a dívida externa, que lança papel no mercado, que aumenta os impostos e a circulação fiduciária.
É Govêrno a quem o País nestes termos não mais poderia perdoar, nem ao regime que em tal consente.
Procura liquidar o País, arrumando as suas finanças por completo, aumentando a circulação fiduciária, e tocando ainda na reserva metálica, ao mesmo tempo que aumenta essa circulação!
E nega as verdades aos representantes da Nação! E preguntado sôbre o que fez à prata, nada responde; não diz uma palavra!
De duas uma: ou S. Ex.ª não tem a noção dos seus deveres e a afirmação não tem desmentido, ou então é verdadeira a notícia!
Em qualquer dos casos, ninguém pode permitir que esteja nas cadeiras do Poder um Govêrno que desgraça o País. Não pode nem mais uma hora ocupar as cadeiras do Poder com prestígio e dignidade,
Era nosso dever expor ao Parlamento êstes factos; o tal afirmação é tanto mais importante, quanto é certo que vem formulada num jornal do partido de S. Ex.ª, órgão das comissões políticas dêsse partido.
Diz o Sr. Presidente do Ministério que para o debate político se reserva. Pois bem; no debate político intervirei para tratar do caso.
Tenho dito.
O orador não reviu nem o Sr. Presidente do Ministério fez a revisão das suas declarações.
O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Guerra (António Maria da Silva): — O Sr. Carvalho da Silva, seguindo o seu processo de catecismo de preguntas e respostas, entende que esta questão do aumento da circulação fiduciária, tam complexa e importante, se podia tratar também por sins e por nãos.
Propositadamente eu deixei que S. Ex.ª deitasse abaixo a prateleira dos tropos inflamados, para agora responder à sua pregunta simplesmente com estas palavras: não é verdade.
Mas se não fôsse assim, nem mesmo nestes termos eu poderia ser acusado, por quanto teria procedido ao abrigo da lei n.º 1:424, promulgada durante o dezembrismo, que os partidários do Sr. Carvalho da Silva apoiaram.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Juvenal de Araújo: — Sr. Presidente: o Sr. Carlos Pereira acaba de referir se aos profundos prejuízos que a demora da solução da greve marítima está causando aos nossos interêsses coloniais.
Desejo salientar que há um outro grupo de interêsses, não menos respeitável e não menos de atender, que está sendo rudemente ferido com êsse estado de cousas; refiro-me aos interêsses das ilhas adjacentes.
Apoiados.
Não ignora V. Ex.ª, nem ignora a Câmara, quanto é importante actualmente o movimento de importação e exportação que se faz normalmente entre as ilhas da Madeira e Açores, entre si, e sobretudo entre êstes dois arquipélagos e o continente.
É quási exclusivamente por via dos vá-