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Diário da Câmara dos Deputados
das Finanças mandou para a Mesa, e do relatório que S. Ex.ª apresentou ao Parlamento.
Leu S. Ex.ª uma carta que eu enviei ao Sr. Presidente do Ministério, há três ou quatro dias...
O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal): — Mas eu pedi autorização a V. Ex.ª
O Orador: —...e disse que se tratava de uma carta em papel comercial, não é exacto.
Trata-se de uma carta escrita em papel que tem, o meu nome ao canto dêsse papel.
É, pois, uma carta escrita em papel timbrado e não em papel comercial.
É bom fazer esta distinção, por causa das dúvidas e confusões.
Sr. Presidente: permitiu-se o Sr. Ministro das Finanças, num dos seus arrancos oratórios, que constituem evidentemente uma fôrça de S. Ex.ª neste meio parlamentar, fazer a comparação das minhas fracas e modestas qualidades de homem que pretendo interpretar leis, com as de outras pessoas, algumas das quais não r fazem parte desta Câmara.
Ora, eu devo dizer ao Sr. Ministro das Finanças que o meu passado de homem de trabalho resiste, a comparações, quaisquer que elas sejam, visto que, em todas as circunstâncias da minha vida e por todas as escolas por onde passei, marquei o meu lugar, como S. Ex.ª entre os primeiros.
Digo isto, não por vaidade que seria inoportuna neste momento, mas para lembrar a S. Ex.ª e à Câmara que onde não chega a minha inteligência tem chegado sempre o meu esfôrço, trabalho e boa vontade de acertar, de maneira a dar contas dos meus raptos, em todas as conjunturas e circunstâncias.
O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal) (interrompendo): — Mas eu não pus em dúvida as qualidades de V. Ex.ª
Apenas frisei que não seria extraordinário, para mim, como para V. Exa, como para ninguém desta Câmara, que não seja bacharel em direito, ter um bocadinho, de conhecimento de interpretação de leis do que a Procuradoria Geral da Republica.
O Orador: — Agradeço as explicações que S. Ex.ª me dá, porque elas eram precisas, depois do acolhimento que, por algumas pessoas, essas palavras tiveram.
Sr. Presidente: para terminar, devo manifestar o meu regozijo pela forma como S. Ex.ª deseja resolver a situação do Estado com o Banco de Portugal.
Eu terei amanhã ocasião de provar que afinal, as notas não eram falsas, e com as próprias palavras do Sr. Ministro das Finanças afirmar que elas ficam tendo a mesma cobertura que eu queria que elas tivessem.
Amanhã terei ensejo do desenvolver êste ponto, sem,que as minhas palavras possam ser classificadas de obstrucionismo, pois o que pretendo demonstrar é que S. Ex.ª, com a proposta que trouxe, apenas vem confirmar que vai seguir a mesma orientação que eu pretendia.
Tenho dito.
O orador não reviu.
Foi lida na Mesa uma nota, nomeando o Sr. Albino Pinto da Fonseca para substituir o Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo na comissão de finanças, durante o impedimento dêste.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Vitorino Guimarães.
Previno V. Ex.ª de que a sessão se encerra às 19 horas e 20 minutos.
O Sr. Vitorino Guimarães: — Visto o adiantado da hora, peço a V. Ex.ª que me reserve a palavra para amanhã.
O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, à hora regimental, com a seguinte ordem dos trabalhos:
Proposta de lei n.º 616-F, que autoriza o Govêrno a celebrar com o Banco de Portugal um contrato conforme especificadas bases e a renovar com o mesmo Banco a convenção de 29 de Dezembro de 1922.
Debate sôbre o apenso financeiro à declaração ministerial.
Está encerrada a sessão.
Eram 19 horas.