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Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Plínio Silva: — Sei isso muito bem; porém, entendo que S. Ex.ª tem inteligencia bastante para não se ver na necessidade de imitar o que se faz lá fora.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Guerra (General Carmona): — Sr. Presidente: o Sr. Plínio Silva referiu-se a um artigo publicado no jornal A Capital, para o qual já tinham também chamado a minha atenção.
Aproveito, pois, a oportunidade para dizer à Câmara que tais afirmações são absolutamente falsas, não tendo absolutamente nenhuma razão do ser.
Posso garantir a V. Ex.ª que é absolutamente falso que os oficiais da guarnição pretendam fazer uma ditadura militar, pois a verdade é que êles são os primeiros que têm afirmado que dentro da lei estão prontos a fazer tudo que esteja ao seu alcance; porém, fora da lei, nada.
O Sr. Plínio Silva, pois, chamando a minha atenção para o assunto, fez-me um grandíssimo favor, porque me deu o ensejo de prestar à Câmara estas informações.
Posso garantir-lhes, repito, que têm sido êles os primeiros que me têm dito que pretendem estar integralmente dentro dá lei.
Eram estas as considerações que (c)u tinha a fazer sôbre o assunto.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: vou responder às considerações do Sr. Plínio. Silva, que pediu ao Sr. Ministro das Finanças que as transmitisse ao Sr. Ministro da Instrução. Posso classificar de verdadeira fantasia, pois fui testemunha da maneira como de factos se passaram.
O Sr. Plínio Silva declarou que, quando era sindicado em Elvas o professor Sr. João Morato de Almeida, junto do ex-Ministro de Instrução Sr. João Camoesas, teve oportunidade dê manifestar a sua estranheza por factos apontados ao referido professor, a quem eram assacadas faltas de certa gravidade.
O Sr. João Camoesas tinha nomeado para sindicar dos factos uma pessoa da sua absoluta confiança.
Era indispensável que num caso de tanta gravidade como eram os factos apontados pela inspecção escolar ao professor Sr. Morato de Almeida, esta sindicância não fôsse eivada da mais pequena parcialidade política.
Os Ministres não são responsáveis por aqueles que cometem toda a basta de infâmias e tranquibérnias e quando as pessoas conhecidas dos Ministros como morais, muitas vezes transformam as qualidades morais em qualidades imorais.
O sindicante negou-se a ouvir as testemunhas de defesa do professor Morato de Almeida, o que equivalia ao professor não poder provar a inanidade das acusações.
O professor Sr. Morato de Almeida, em face do que sé estava passando, veio de Elvas a Lisboa, para pedir providências.
Tive a honra de o acompanhar ao gabinete do Ministro da Instrução Pública.
Aí informei o Sr. João Camoesas do que se passava com o Sr. Morato de Almeida, e pedi a S. Ex.ª que mandasse vir o relatório da sindicância para mostrar que essa sindicância não estava sendo encaminhada com aquela imparcialidade e honestidade que desejava o Sr. João Camoesas.
O Sr. professor Morato de Almeida mandou um telegrama em que se limitava a dizer aos seus muitos amigos, que o Sr. Ministro da Instrução Pública mandara vir o relatório da sindicância para Lisboa.
O Sr. Ministro é que mandou instruções ao sindicante, para que lhe enviasse o relatório, a fim de apreciai as irregularidades que se estavam praticando durante á sindicância.
Não foi o professor que mandou comunicar isso.
O Sr. Plínio Silva sabe quanta estima e consideração tenho por S. Ex.ª, a quem respeito, como homem de bem. Mas, como Deputado, S. Ex.ª não tem mais autoridade pára falar neste assunto do que eu, que afirmo que os factos se passaram como os apresento.
O professor Sr. Morato de Almeida mandou dizer aos amigos que o Sr. Ministro da Instrução Pública tinha ordenado que essa sindicância viesse para Lisboa, para apreciar a sua defesa.
Faço justiça ao Sr. Plínio Silva de