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Diário da Câmara dos Deputados
de que êle louva e aplaude a sua atitude. Da minha parte dou-lhe já êsse louvor entusiástico e vivo, e creio que o posso dar por parte de todo o meu partido.
Apoiados da direita.
O Sr. Presidente do Ministério declarou aqui claramente que o Govêrno não sentiu por parte dessas fôrças o menor desfalecimento, não teve que castigar nenhum acto que pudesse ser de fraquezas, em face do movimento que se desenhou; teve-as sempre prontas a actuar e mesmo aquelas pequenas unidades, que se encontravam desacompanhadas de comando superior, procederam enèrgicamente. Estes são os factos que não posso esquecer. Quando há pouco eu votei que não se generalizasse o debate, eu tinha na mente ùnicamente a República e o seu prestígio; e estou certo de que, nesta hora atribulada que tem passado, tenho procurado sempre acima de tudo, da minha tranqüilidade pessoal, daquilo que pode imaginar-se sôbre os meus propósitos, afrontando todas as intrigas, servir a República acima de todos os interêsses, mesmo os partidários.
Muitos apoiados.
Faço nesta hora, que reputo solene, esta afirmação perante a Câmara do meu País: os meus actos há muitas horas e daqui para o futuro têm sido e são ùnicamente orientados pela visão suprema da República, que quero ver prestigiada, honrada e a trilhar o verdadeiro caminho.
Apoiados.
Mas, porque eu sinto nêste momento e nesta hora que o Sr. Presidente do Ministério representa na verdade o princípio da autoridade e aqui representa os oficiais do exército de terra e mar que defenderam a República, neste ensejo que felizmente não foi de grande perturbação, mas que podia sê-lo, não posso deixar de lhe prestar as minhas homenagens.
Apoiados da direita.
Sr. Presidente: aqui tem V. Ex.ª por que eu votei contra a generalização do debate; mas a Câmara que lhe dê á extensão que quiser na sua alta soberania, porque não pratica actos inúteis o desprestigiosos para a República. O Parlamento contra quem se fala ainda é aquela instituïção portuguesa, onde podemos, através de todos os descalabros das nossas instituições colectivas, concentrar todas as nossas energias para defender a República.
Muitos apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Nuno Simões: — Sr. Presidente: seria da minha parte uma incoerência, tendo ontem ouvido as declarações do Sr. Ministro da Guerra e tendo-me dado por satisfeito com elas, votar hoje a generalização do debate depois das declarações do Sr. Presidente do Ministério.
Não depois, evidentemente, das suas incompletas declarações em resposta às considerações do Sr. Vasco Borges, mas depois das suas declarações peremptórias de que por motivo de ordem S. Ex.ª entende que não pode ainda dar à Câmara todas as explicações que a Câmara queria pedir.
Sr. Presidente: desde que ontem nesta Câmara o Sr. Ministro da Guerra afirmou receios de que a ordem não estivesse ainda completamente assegurada até ao momento em que se iniciou o debate que vai correndo, não há nenhum facto a lastimar, não se dos nenhum facto que demonstrasse que os receios do Sr. Ministro da Guerra eram fundados. Felizmente para nós todos, felizmente para o País e para a República.
Mas, Sr. Presidente, se não há, efectivamente, que insistir em determinados pontos que contradizem dum modo flagrante aquilo que o Sr. Presidente do Ministério chama prestígio do Poder, há em todo o caso que reclamar que o desmentido que a presença do Sr. Presidente do Ministério apresenta a determinados manejos lá de fôra vá mais longe; e que aqui se diga claramente quais são os desígnios do Govêrno em relação a determinados propósitos que seriam a negação não só dos princípios aqui sempre afirmados pelo velho e ilustre republicano que é o Sr. Ginestal Machado, mas contrários a todos os princípios que o Govêrno tem afirmado serem seu apanágio.
Disse o Sr. Presidente do Ministério que não tinha que ler todos os jornais, que não tinha tempo para isso, mas não faltarão pessoas que tenham tempo para os ler e até para os fazer.