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Sessão de 12 de Dezembro de 1923
lado; que foram os próprios marinheiros que levaram os presos; que devia à própria cordura da cidade a manutenção da ordem, e é depois de tudo isto que S. Ex.ª vem dizer que não convém falar no Parlamento.
Eu em política só sei ser leal e franco.
Se S. Ex.ª me dissesse que o movimento não estava de todo debelado, eu nêste momento não diria uma palavra.
Sr. Presidente: pela minha parte assumo as responsabilidades dos meus actos, cuidando que sirvo melhor a República e o País do que o Sr. Presidente do Ministério, pois julgo preferível falar a linguagem da clareza, do que adoptar uma atitude equívoca.
Sr. Presidente: na composição dêste Govêrno há um vício fundamental, a que já tive ocasião de me referir, e êsse é o de êste Govêrno procurar engrandecer uma corrente partidária, em detrimento dos outros grupos políticos da República.
Não me parece êste o momento mais azado para se adoptar semelhante orientação, e julgo cumprir um dever dizendo que esta velha cadeia de ódios tem causado grandes dificuldades ao País.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. António Correia: — Requeiro a prorrogação da sessão até liquidação do debate.
Foi rejeitado o requerimento em prova e contraprova.
O Sr. Carvalho da Silva: — De harmonia com as prescrições regimentais, mando para a Mesa a seguinte
Moção
A Câmara, ouvidas as declarações do Chefe do Govêrno, e esperando a oportunidade em que, sem os inconvenientes justificadamente apresentados por S. Ex.ª, possa apreciar os últimos acontecimentos, saúda desde já as fôrças do terra e mar, pela prontidão e decisão com que souberam contribuir para o restabelecimento da ordem, e passa à ordem do dia.
Sala das Sessões, 12 de Dezembro de 1923. — Artur Carvalho da Silva.
Poucas palavras terei a dizer em relação a êste assunto; e as que vou proferir são, por assim dizer, a repetição daquilo que dêste lado da Câmara se disse quando se deu a alteração da ordem pública, sendo Govêrno o Sr. António Maria da Silva.
Nós, adversários do Govêrno, sempre que uma alteração da ordem pública se dê, não criaremos ao Govêrno, qualquer que êle seja, a menor dificuldade.
O Govêrno, nesse ponto, pode contar com o nosso apoio.
Isto dissemos três vezes durante o Govêrno do Sr. António Maria da Silva, vindo numa delas S. Ex.ª pedir a suspensão das garantias constitucionais.
E se êste Govêrno viesse pedir essa medida, nós votá-la-iamos, reservando-nos para depois pedir responsabilidades ao Govêrno.
Terminando declaro a V. Ex.ª que o nosso modo de sentir está expresso na moção que apresento e que nós votamos.
Tenho dito.
Foi lida e admitida a moção.
O Sr. Lino Neto: — Entro no debate, não para alongar a discussão, mas para dizer que a minoria católica dá o seu apoio ao Govêrno na manutenção da ordem.
Felicita-o pelo malogro da revolução e felicita todas as fôrças que para êsse malogro concorreram.
Doutra forma não poderia proceder a minoria católica, cujo programa assenta no princípio da autoridade. — A hora presente é gravíssima, e a nação precisa manter-se à altura da sua dignidade e do seu passado; e para isso necessita da ordem pública assegurada.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Maia: — Não desejo entrar no debate. Pedi a palavra apenas para frisar o seguinte:
Disse o Sr. Presidente do Ministério que o Govêrno tinha a seu lado todas as fôrças de terra e mar. Vários jornais deram a notícia de uma insubordinação no grupo de esquadrilhas da Amadora.
Como estou informado de que isso é inexacto, muito desejaria que o Sr. Presidente do Ministério declarasse que nesse