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Diário da Câmara dos Deputados
grupo nem um único homem esteve fôra daquela ordem que a disciplina reclama. O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Ginestal Machado): — Quando me referi a todas as fôrças de terra e mar, evidentemente que englobei a aviação.
O Sr. António Correia: — Prometo ser muito breve. As palavras do Sr. Presidente do Ministério não desmentem uns boatos que correram, e eu quero dizer que são menos verdadeiras as informações que foram dadas ao Sr. João Camoesas.
O Sr. António Videira encontrava-se em Lisboa quando recebeu a visita de dois membros do comité.
Tanto o Sr. Santos Monteiro como o Sr. tenente-coronel Justiniano Esteves foram quem, em nome do Directório do Partido Radical, procuraram S. Ex.ª para lhe dizer que se propalava já pela cidade essa infâmia sem classificação, pretendendo-se porventura deixar o seu nome envolvido caluniosamente num movimento revolucionário contra o Govêrno, movimento que o Govêrno com a sua energia, aliada a muita prudência, soube jugular, conseguindo que a cidade de Lisboa se livrasse de uma revolução que tinha um aspecto grave no princípio da sua eclosão.
O Sr. tenente coronel Justiniano Esteves e o Sr. Santos Monteiro além das acusações que perante o Sr. governador civil fizeram da traição de que foram vítimas, por parte de outros elementos que estavam comprometidos, foram oferecer-se a S. Ex.ª para serem êles próprios a dizer, com a autoridade que lhes assistia como membros do Directório do Partido Radical, que era infame o que se propagava a respeito da sou nome, que era falsa que S. Ex.ª tivesse assistido a, qualquer reünião do comité revolucionário. Sr. Presidente: é de lastimar a facilidade com que qualquer Deputado ou Senador se faz eco (de resto, às vezes, na melhor das intenções) de atoardas que só por si deviam ser suficientes para não serem proferidas por criaturas que têm lugar em qualquer das casas do Parlamento.
Sr. Presidente: eu não entraria num debate desta natureza depois dos brilhantíssimos discursos, que aqui foram proferidos pelos Srs. Álvaro de Castro e Nuno Simões se não fôsse o grande desejo que tenho de que a imprensa, ao mesmo tempo que vai dar vulto àquelas considerações produzidas pelo Sr. João Camoesas, publique também o desmentido que aqui faço a essa calúnia, apontando que foram os próprios membros do Directório do Partido Radical aqueles porventura que foram junto do Govêrno assumir a responsabilidade daquele movimento que se ofereceram ao Sr. governador civil para desmentirem categòricamente que êle tivesse tido qualquer interferência nesse movimento ou tivesse assistido a qualquer reunião do comité revolucionário.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: não fiz nenhuma afirmação; citei apenas um boato corrente, declinando ao mesmo tempo que esperava que êle fôsse desmentido por quem de direito, isto é, pelo Sr. Presidente do Ministério. Acrescentei que, tendo sido até êsse boato trazido a uma das casas do Parlamento, necessário se tornava que aqui dentro êsse boato fôsse formalmente desmentido para livrar êsse funcionário da atmosfera que êsse boato porventura pudesse criar à volta do seu nome.
S. Ex.ª dirigiu-me palavras que são descabidas e injustas e que repito com veemência; embora tenha relações de amizade com o Sr. António Correia, não quero que fique a impressão das suas palavras.
O boato a que me referi seria um boato infundado; mas nestas ocasiões os boatos precipitam-se.
Pareceu que no decorrer das suas considerações o Sr. António Correia dissera que estivera falando com o Sr. governador civil um membro do vomite revolucionário.
Àpartes.
Tive ocasião de preguntar se o comité revolucionário, tendo ido falar com o Sr. governador Civil, ainda andava em liberdade.
Àpartes.
Eu folgo que em àparte tenha sido dito