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Sessão de 12 de Fevereiro de 1924 5

que se devem determinar sem nenhum sectarismo.

Bem faz pois ela em ser sempre cortês com aquilo que para a maioria dos portugueses representa de facto e de direito um alto e incontestável poder.

Cumpre-me pois associar-me com entusiasmo à proposta feita pelo Sr. Lino Neto. A Igreja, personificada no seu mais alto representante, continua n, ser um dos mais elevados baluartes do mundo.

Não podemos esquecer que algumas centenas de milhões de homens reconhecem ainda que existe em Roma verdade incontroversa.

Se realmente algumas centenas de milhões, de todas as raças, de diferentes educações e de instruções as mais variadas, assim pensam, é porque realmente em Roma deve existir alguma verdade.

Existem lá pelo menos aquelas doutrinas, radicadas com raízes mais fortes, da moral europeia, daquela moral que todos os homens crentes e não crentes, quando querem ser homens de bem, timbram em seguir e reconhecer como uma fôrça espiritual.

Repito: entendo que a Câmara bem faz em prestar esta homenagem de cortesia.

Não podemos esquecer que o Sumo Pontífice é uma figura pessoal, de grande
valor, da mais alta categoria mental.

Viveu durante a sua vida — que não é muito longa, mas curta — entre livros; e, apesar disso, não perdeu o senso das realidades da sua missão.

Na Polónia, em situação grave, deu provas extraordinárias de um tato político elevadíssimo, a ponto de garantir pela sua posição, e mais ainda pelo seu proceder, uma fôrça incontestável, numa ocasião difícil, em que ali se defendia a civilização do ocidente.

Por tudo isto a Câmara bem faz em se associar ao voto proposto pelo Sr. Lino Neto.

O orador não reviu.

O Sr. Abílio Marçal: — Em nome da maioria, associo-me ao voto proposto pelo Sr. Lino Neto.

O Sr. Presidente: — Em virtude da manifestação da Câmara, considero aprovado o voto de congratulação proposto pelo Sr. Lino Neto.

O Sr. Sousa Coutinho: — Pedi a palavra para requerer a V. Exa. que seja inscrito antes da ordem do dia na sessão dó amanhã o parecer n.° 612, que interessa a duas províncias do sul.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Anunciei há meses uma interpelação ao Sr. Ministro do Comércio, acerca da emissão dos selos comemorativos da viagem aérea e da Exposição do Rio de Janeiro.

Desejo que S. Exa. se dê por habilitado a responder-me e que V. Exa. marque o dia para essa interpelação se realizar.

Aproveito a ocasião de estar no uso da palavra para dizer ao Sr. Ministro do Comércio que será interessante narrar afamara o que há acerca da greve dos empregados telégrafo-postais.

Êste lado da Câmara não se tem querido manifestar, para que se não dissesse que ela estava ao lado de quaisquer interêsses.

Mas são passados longos dias, sem que a greve passiva da parte do pessoal telé-grafo-postal tinha sido solucionada.

Evidentemente que o país está sofrendo gravíssimos prejuízos com essa greve, prejuízos de ordem material incalculáveis e prejuízos de ordem moral — o que é impossível manter-se por mais tempo.

Li hoje nos jornais que a greve estava solucionada e que o pessoal tinha resolvido retomar o trabalho.

Uma voz: — Mas houve greve?

O Orador: — Em face das declarações que tenho lido, das que foram ontem feitas pelo Sr. Ministro do Comércio e da notícia em contrário de que a situação continuava no mesmo pó, e das informações que tenho de que os telégrafos-pos-tais tinham afirmado ao Sr. Ministro do Comércio a necessidade urgente de apresentação dum projecto para solução do assunto e entretanto poriam o serviço em ordem, em face destas desencontradas notas pedia ao Sr. Ministro do Comércio o favor de dizer à Câmara o que há de concreto e positivo quanto às declarações por S. Exa. feitas, e dos intuitos do Govêrno relativamente a êsse assunto.

Repito, que se dêste lado da Câmara não nos ocupámos dêste importante assunto, foi para que se não atribuísse aos