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6 Diário da Câmara dos Deputados

pelos quais iam fazendo a indicação do avanço do inimigo, indo no fim retinir-se ao grosso das tropas com perdas, é certo, mas abrindo através das colunas inimigas a sua passagem à baioneta.

Tal é o espírito que sempre animou os sargentos e os cabos daquele exército.

Eu conheço bem a importância que essas classes têm nos quadros do exército, e, como conheço bem o assunto, não poderia ser desprimoroso para a classe dos sargentos.

O que eu queria é que o assunto se resolvesse dentro da justiça e que não ficassem prejudicados como estou a ver que são.

Sr. Presidente: é sempre muito perigoso, tomar qualquer resolução em que se intrometa a política.

Vou terminar lamentando profundamente que a classe dos sargentos não procurasse uma oportunidade para, definitivamente conseguir os seus fins,

Tiveram os sargentos maus defensores, péssimos defensores.

Mantenham-se os sargentos dentro das suas atribuições e esperem que a Câmara dos Deputados não lhes negará o que desejam, assim êles, como sempre o têm feito, sirvam o exército com dedicação e zelo.

Mão quis a classe dos sargentos, tal era a quimérica ilusão, não quis o têrço, e afinal, não aproveitando o têrço, nada têm, mas não podia, Sr. Presidente, ser o que aqui se diz, pois daqui a cinco anos os quadros eram quási na totalidade formados por oficiais práticos.

Nós não temos tido a° coragem de ver o problema como deve ser.

Essa classe sempre tem defendido a Pátria e a República, e oxalá que não perca a oportunidade para se resolver o problemas como deve ser.

Eu entendo que esta questão devia ser tratada quando da organização do exército apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra, e assim formulo o meu requerimento.

O Sr. Carlos Pereira: — Parece-me que o requerimento não pode ser recebido na Mesa.

Apoiados.

Tanto mais que foi justificado, o que não é permitido pelo Regimento.

Apoiados.

O Sr. Pires Monteiro: — Sou da opinião que o Sr. Carlos Pereira acaba de expor.

O requerimento do ilustre Deputado não tem ligação alguma com o assunto que se discute, com o assunto em debate.

Eu julgo que a Câmara não pode aceitar êsse requerimento.

O orador não reviu.

O Sr. Tôrres Garcia: — Na verdade, Sr. Presidente, ao terminar as minhas considerações referi-me ao requerimento; porém, do que se trata é de uma proposta, conforme V. Exa. poderá verificar.

O Sr. Presidente: — Vai ler-&e a proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Tôrres Garcia.

Foi lida, admitida e posta em discussão.

O Sr. Pires Monteiro: — Sr. Presidente: serei breve e em primeiro lugar eu não posso deixar de prestar as minhas homenagens ao Sr. Ministro da Guerra, pois a verdade é que S. Exa. tem trazido a esta Câmara uma série de propostas de lei com as quais podemos não concordar, mas que é justo que lhe prestemos homenagem pelo seu trabalho.

Bom será que o Sr. Ministro da Guerra consiga que a comissão de guerra empregue os mesmos esfôrços no estudo dessas propostas.

Sr. Presidente: poderia limitar-me a dar o meu voto contrário ou favorável á proposta de lei em discussão, mas entendo que devo assumir a responsabilidade dos meus actos.

Alguns Deputados que falaram sôbre êste projecto são absolutamente contrários a êle, porém eu devo dizer que êle é digno de aprovação, pois a verdade é que não é a altura de seguirmos um ramo diverso daquele que até aqui temos tido.

Não apoiados.

Eu, Sr. Presidente, tenho autoridade para falar.

O Sr. António Maia: — Uma asneira não justifica outra.

Não se compreende, Sr. Presidente, que a Câmara faça uma asneira, que a reconheça, e que tenha de a manter.

O Orador: — Sr. Presidente: não me incomodam os apartes dos ilustres Deputados, pois a verdade é que se S. Exa.