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8 Diário da Câmara dos Deputados

derações, reservo-lhe a palavra para a sessão seguinte.

O Orador: - Peço a V. Exa. que me reserve a palavra, pois tenho ainda algumas considerações a fazer.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Maia não fez a revisão dos seus «àpartes».

O Sr. Presidente: — Fica V. Exa. com a palavra reservada.

Vai pasmar-se à ordem do dia.

O Sr. Jorge Nunes (sobre a acta): — Sr. Presidente: eu tenho sido durante a a minha vida pública e privada absolutamente tolerante para com todas as questões religiosas ou políticas, e é assim que tenho votado. Mas agora tenho a fazer a declaração seguinte: se tivesse assistido ontem à parte da sessão em que se votou a amnistia, eu não a votaria, porque não compreendo que se vote uma amnistia a homens que intervieram em acontecimentos que ainda não estão perfeitamente esclarecidos, permitindo que se possam continuar a lançar sôbre nós suspeitas caluniosas.

O orador não reviu.

O Sr. Pires Monteiro (sobre a acta): — Sr. Presidente: permita-me V. Exa. e a Câmara que eu declare que, se estivesse presente na sessão de ontem, em que foi votado o projecto de amnistia, visto que sôbre êle incidiu votação nominal, teria votado contra êsse projecto, por o julgar inoportuno.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal (sobre a acta): — Sr. Presidente: pedi a palavra apenas para declarar que se estivasse presente na sessão de ontem teria rejeitado o projecto de lei da amnistia que foi votado nesta casa do Parlamento.

O orador não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros (sobre a acta): — Sr. Presidente: pedi a palavra para fazer idêntica declaração às anteriores. Não pude assistir ao final da ses-

são de ontem, mas, se estivesse presente, não votaria o projecto de lei da amnistia.

O orador não reviu.

O Sr. Marques Leitão (sobre a acta): — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar que, só estivesse presente na sessão de ontem, teria votado a amnistia.

O Sr. Presidente: — Não havendo mais quem peça a palavra, vai votar-se a acta. Os Srs. Deputados que aprovam queiram levantar-se.

É aprovada.

Dá-se conta do expediente que dependia da resolução da Câmara.

O Sr. Presidente: — Vai entrar-se na

ORDEM DO DIA

Interpelação do Sr. Cunha Leal ao Sr. Ministro das Colónias

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: nos últimos dias têm-se passados factos extraordinários em Lisboa. A pretexto, não daquela verdadeira ditadura que está exercendo o Poder Executivo como manifesto rebaixamento do Poder Legislativo, a pretexto não dessa ditadura, mas duma outra ditadura que se diz andar no ar, e os patriotas têm-se exaltado furiosamente, condenando não o seu amor à Constituição, mas sim o seu amor à ditadura vermelha.

É assim que êles se têm manifestado e, a propósito ou a despropósito de certos actos de homens públicos, têm-se lançado sôbre êles todas as calúnias, tem-se remexido toda a lama, tem-se basculhado a intimidade dos homens públicos, tem-se procurado encontrar qualquer cousa com que os salpicar.

Antes de mais nada pregunto eu à minha própria consciência de onde terá derivado toda esta efervescência, o que terá determinado todo êste levamento colossal de opinião.

Examinando os factos ocorridos na vida portuguesa, sou levado a fazer esta primeira e fundamental afirmativa: é que tudo quanto se tem passado anda à volta da interpelação que me propus fazer. (Apoiados da direita, não apoiadas da esquerda).