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6 Diário da Câmara dos Deputados

A comissão de guerra também tem para examinar, o projecto dê lei que reduz o número de generais, o que seria uma economia razoável.

Também a comissão de guerra tem de dar parecer sôbre o projecto que permite a passagem de armas daqueles quadros que têm excesso para os que têm insuficiência, e que por meio de um curso especial podia habilitar os oficiais para essa passagem.

Julgo que vale mais ter elementos activos do que tê-los como temos, devido à superabundância dos quadros, isto é, elementos que são apenas falsamente activos.

Julgo que, se a comissão de guerra tivesse dado parecer sôbre o projecto de lei e sôbre a proposta apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra, não estaríamos a discutir neste momento tal projecto de lei.

Mas nada disto se fez; e é neste momento que se invocam argumentos contra a proposta para demonstrar que há aumento de despesa, e que não é oportuna.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Maia: — Sr. Presidente: pedi a palavra apenas para responder a algumas considerações feitas pelo Sr. Pires Monteiro.

Apresentou êle, no seu longo discurso, algum argumento?

Nem um que possa contradizer os apresentados pelo Sr. Ministro.

S. Exa. falou durante muito tempo sôbre os seus projectos de lei, que não estão em discussão.

Há uma afirmação a levantar.

Diz S. Exa. que se não deixa levar por pressões seja de quem fôr.

É mester, porém, reconhecer que desta vez há circunstâncias que nos obrigam a fazer cousas que não queremos fazer, isto sem querer dizer que curvemos a cabeça.

Foi por esta circunstância que assinei o projecto.

Vou citar um facto passado que é digno de ser contado nesta casa.

Quando se deu a greve dos correios e telégrafos, os respectivos funcionários tiveram uma conferência com o Sr. Ministro do Comércio, e S. Exa. comprometeu-

-se a pedir ao Parlamento que votasse o aumento pedido.

Foi isto uma imposição?

Não foi.

A greve dos correios e telégrafos prejudicava os interêsses do Estado, e êstes interêsses estão acima de tudo.

Por conseqüência, já se vê que o argumento do Sr. Pires Monteiro,, não tem valor algum.

Por minha parte dou o meu voto à proposta.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Ribeiro de Carvalho): — Sr. Presidente: podia dispensar-me de usar da palavra novamente, porque, se quando fiz uso da palavra pela primeira vez nenhuns motivos tinham aqui sido invocados que justificassem a aprovação da proposta, de então para cá nenhum argumento foi também apresentado que mereça contestação.

Não quero porém deixar de dar à Câmara todos os esclarecimentos sôbre o assunto para que, qualquer que seja a sua resolução, se não possa dizer que ela votou sem conhecimento perfeito de causa.

Disse-se aqui que a proposta deve ser aprovada porque foi apresentada pelo Ministro da Guerra, Sr. coronel Frei-lia, que é um ilustre oficial do estado maior.

Mas eu devo lembrar a V. Exas. que o Sr. coronel Freiria é membro desta casa do Parlamento.

Se êle entendesse que esta proposta correspondia às necessidades do exército, viria de certo defender aqui essa opinião.

Ora êle não veio, e o facto a mim parece-me significativo.

Apoiados.

Mas outra circunstância há a atender: é que, se V. Exas. quiserem seguir a opinião do Sr. coronel Freiria, que é sem-duvida um ilustre oficial a quem todos nós devemos prestar preito (Não apoiado do Sr. António Maia. Apoiados), se há-de ver deveras embaraçado, porque S. Exa. tem duas opiniões diferentes a êsse respeito, que me parece muito difícil conciliar.

Uma é a que traduz a proposta apresentada à Câmara; outra é a que consta