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Sessão de 22 de Fevereiro de 1924 7

tudo sôbre todos, e disso se faz a base de toda a nossa política, o no momento em que a nossa disciplina social corre perigo, é necessário que não se possa dizer que o Sr. Ministro da Guerra caiu por um movimento de sargentos.

Àpartes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Almeida Ribeiro (para explicações): - Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações, quando o Sr. Américo Olavo dizia que todos os Srs. Deputados que tinham votado a favor do projecto, o tinham feito por compromissos tomados lá fora da Câmara.

Àpartes.

O Sr. Américo Olavo (interrompendo).— Eu já declarei que não me referia a V. Exa.

Àpartes.

O Orador: — É certo que V. Exa. já teve a consideração de me dizer que a sua afirmação não se referia a mim.

Eu não tomei compromisso com ninguém sôbre o modo de votar êste projecto.

Votei-o por entender que o devia votar e porque tinha já também votado sucessivas leis a favor dos oficiais do exército, tendo votado a lei n.° 1:239, que foi anulada pela lei n.° l:3e>0 e tendo sido ainda votada depois outra lei.

Àpartes.

Eu respeito e aprecio muito a classe dos oficiais do exército; mas entendo que o exército não é só constituído por oficiais e que os sargentos têm também dado provas do seu valor militar e do seu republicanismo.

Não esqueci ainda, que em 1917 houve um regimento cujos oficiais só negaram a ir para a guerra o que os sargentos da mesma unidade para lá foram em substituição dêsses oficiais.

Por muito que eu queira o prestígio do exército e que os seus dirigentes usufruam grandes regalias, não entendo que em 3:610 promoções apenas 35 sargentos fossem promovidos.

Foram estas as razões por que, em meu nome pessoal, votei a favor do projecto na generalidade.

E devo declarar que, pelo que respeita ao grupo parlamentar de que faço parte, cada um de nós votou como entendeu, sem obedecer a qualquer imposição, porque não a houve.

Sr. Presidente: eu sou defensor constante o teimoso da compressão de despesas; mas votei o projecto por uma afirmação de justiça, o que não quero dizer que, se o Sr. Ministro das Finanças entender que a situação do Tesouro não permite a sua execução, eu não me submeta à fôrça das circunstâncias.

De reato, associo-me gostosamente às palavras de homenagem que ao Sr. Ministro da Guerra a Câmara acaba de consagrar.

Tenho por S. Exa. a máxima consideração, sei como foi grande o seu esfôrço em defesa da República, no norte, em 1919, sei que foi um combatente valoroso e esforçado na grande, guerra; e sei também, embora não tenha com S. Exa. relações pessoais, que êle é um homem de carácter e de verdadeiro aprumo moral.

Tenho, portanto, por V. Exa.: repito-o, a maior consideração e respeito; mas as altas qualidades de quem quer que seja não me obrigam a seguir o seu critério sôbre um assunto em que tenho opinião formada.

Reconheço em S. Exa. o seu grande saber em cousas militares; mas aqui sou simplesmente Deputado da Nação e cumpro o meu dever de votar como entendo.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — É a hora de passarmos à ordem do dia e, por isso, estando ainda inscritos, para explicações, cinco Srs. Deputados, entendo melhor, salvo resolução contrária da Câmara, conceder a palavra a êsses Srs. Deputados no período de antes de se encerrar a sessão, entrando-se já nos trabalhos da ordem do dia.

O Sr. António Maia (para, invocar o Regimento): — Sr. Presidente: o Regimento diz claramente e creio que a ditadura ainda aqui não chegou que para negócios urgentes, explicações invocação do Regimento, é permitido aos Deputados pedir a palavra em qualquer altura da