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Sessão de 28 de Fevereiro de 1924 21

Há poucos dias — três antes desta interpelação — o Sr. Alto Comissário enviou ao Ministério das Colónias um relatório. Estranho até que tivesse sido com a nota de «confidencial», pois entendo que devia ser publicado para conhecimento de todo o país.

O Sr. Norton de Matos (interrompendo): — Essa nota só pode V. Exa. tirá-la e mandá-la publicar, pois eu não podia dirigir um documento dessa natureza sem ser confidencial.

O Orador: — Farei todo o possível para que êsse relatório seja publicado, a fim de que todo o país tenha conhecimento do que tem sido a obra construtiva do Alto Comissário de Angola.

A França, que é uma das grandes potências coloniais do mundo, tem hoje à frente das suas possessões figuras de altíssimo valor; mas a verdade é que nenhuma delas, excepção feita ao general Liautey, em Marrocos, conseguiu ainda atingir a celebridade de três dos seus governadores j£, falecidos. E porquê? Porque a obra dêsses homens foi tam grande que o progresso dessas colónias anda adstrito aos seus nomes.

Pois bem. Depois da leitura do relatório do Sr. Norton de Matos, e depois de inteiramente conhecida a sua obra, o nome dêsse governador há-de ficar ligado à história colonial portuguesa, como ò nome dum grande vulto ao qual essa província ficará devendo o seu progresso e o seu desenvolvimento.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja revisto as notas taquigráficas.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: começo por mandar para a Mesa a minha moção de ordem, para a qual chamo a atenção da Câmara:

Sr. Presidente: acabo de apresentar a minha moção, cujos princípios se impõem. Mas, faltando apenas alguns minutos para se encerrar a sessão, eu peço a V. Exa. o favor, como se tem feito a outros oradores, de me dispensar de começar hoje

as minhas considerações, reservando-me a palavra para a sessão seguinte.

O Sr. Presidente: — Fica V. Exa. com a palavra reservada.

O Orador: — Agradeço a V. Exa.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Presidente: — Vou conceder a palavra aos Srs. Deputados que a pediram para antes de se encerrar a sessão.

O Sr. Pires Monteiro: - Sr. Presidente: os jornais noticiaram, não sei se em nota oficiosa ou oficial, que pela pasta da guerra se iam fazer economias, reduzindo as escolas de recrutas.

Não sei se essa redução se irá fazer pelo sistema simplista do sorteio.

Êsse sistema é absolutamente imoral, e devia ser banido da legislação militar, por ser desprestigioso para as instituições militares e para o Ministro da Guerra que faça a redução dos recrutas por tal sistema.

O Sr. Ministro da Guerra tem muitas maneiras de fazer êsse licenciamento.

Podia fazê-lo, por exemplo, pelo grau de adiantamento dos recrutas.

Tinha ainda outra maneira, acabando com os distritos de recrutamento, e fazendo-os em unidades de reserva, que hoje não têm função alguma.

Direi ainda que S. Exa. o Ministro da Guerra tem maneira de fazer outras economias, segundo um critério justo e prático.

O grande mal, de todos conhecido, de que o exército sofre, não provém da organização de 1911. Provem principalmente de não haver verbas e do excesso de quadros.

O Parlamento é que tem a responsabilidade de não ter adoptado disposições que permitissem a modificação dêsses quadros.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Álvaro de Castro): — Respondendo o Sr. Pires Monteiro, tenho a dizer que a lei determina que efectivamente se faça recensea-