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16 Diário da Câmara dos Deputados

posta que S. Exa. vai dar, mas porque é conveniente que o país o saiba se o Govêrno vai ou não tomar medidas, as mais enérgicas, para que a moagem entregue ao Estado os 8:000 contos que lhe deve, e que há muito tempo deviam ter entrado nos seus cofres.

Sr. Presidente: como não quero que o Sr. Américo Olavo possa supor que eu estou fazendo uma interpelação, vou terminar as minhas considerações. S. Exa. talvez dentro de poucos dias nos dê o prazer de responder também daquelas bancadas a algumas preguntas que nós lhe façamos. Eu não o desejo, não só pela estima que tenho por S. Exa., mas ainda porque tenho a esperança de que o Govêrno caia antes que S. Exa. vá para aquele lugar.

Sr. Presidente: desejo portanto, que o Sr. Ministro da Agricultura responda à minha pregunta, porque a acção do Govêrno em todos os outros assuntos além de ser uma acção ditatorial e da pior das ditaduras porque é uma ditadura disfarçada tem sido o que há de mais perniciosa. O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças não tem conseguido senão empobrecer o país, desde que com as suas medidas (e não só com as suas medidas mas com as suas palavras) começou a querer resolver a situação económica e financeira do país.

O que é que nós constatamos?

Um crescente agravamento cambial e conseqüentemente um crescente aumento do custo de vida; mas, fez mais S. Exa.

Ao mesmo tempo que parece um administrador de massa falida, querendo vender tudo o que o país tem, decreta a venda do cobre, da prata, a mobilização dos títulos de valor ouro, parecendo, emfim, que está a liquidar o país.

S. Exa. não tem conseguido senão o contrário do que estava indicado. S. Exa. com os seus decretos não tem feito mais do que declarar a bancarrota do Estado.

Há muito tempo que não vem ninguém às cadeiras do Poder que seja tam pernicioso para o país como S. Exa. já o tem sido.

Neste momento em que é inispensável os Governos encararem o problema fundamental da vida do país, que á a redução das despesas públicas, o Sr. Presidente

do Ministério e Ministro das Finanças não sabe senão trazer propostas de impostos que, tal como estão redigidas, posso garanti-lo, não serão aprovadas.

Sr. Presidente: como não quero de forma alguma alongar mais as minhas considerações termino enviando para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara:

Considerando que o actual Govêrno não corresponde às reclamações da opinião geral do país, e que da sua acção anárquica e inconstitucional exercida através da pior das ditaduras — a ditadura não confessada — só têm resultado prejuízos para a economia nacional:

Continua na ordem do dia.

28 de Fevereiro de 1924.— O Deputado, Artur Carvalho da Silva.

O orador não reviu.

O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: como a situação política não se modificou, pois que ela continua sob a presidência do Sr. Álvaro de Castro, a minoria católica nada tem a acrescentar às considerações que fez quando S. Exa. se apresentou pela primeira vez nesta Câmara como Presidente do Govêrno. A minoria católica não tem senão que repetir o que sempre tem dito, isto é, que não toma o encargo de sustentar nem de enfraquecer Governos, porque está aqui simplesmente aguardando os actos dos vários membros do Govêrno, pautando por êsses actos o seu procedimento. A priori não se manifesta.

Entretanto, seguindo as velhas praxes parlamentares, dou as boas vindas aos novos Ministros, pedindo licença para distinguir nessa minha saudação os meus particulares amigos Srs. Joaquim Ribeiro e Nuno Simões. Faço sinceros votos para que bem sirvam o País e que encontrem o menor número de atritos no desempenho da sua alta missão.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pires Monteiro: — Sr. Presidente : em nome da Acção Republicana compete-me saudar os novos Ministros. Com esta minha saudação vai a afirmação ao Govêrno de que pode continuar a contar absolutamente com o apoio de êsse gru-