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22 Diário da Câmara dos Deputados

ram apresentar requerimentos semelhantes.

Sr. Presidente: porventura no momento que passa não chega a pasmar que se pregunte onde está o Governo?! O Govêrno está, porventura nas suas secretarias e um dos seus membros sei que está na outra casa do Parlamento, acompanhando a discussão de um assunto de importância. Para que preguntar onde está o Govêrno? O Govêrno está no seu lugar e nós estamos, também, no nosso lugar.

Quanto interessaria à minha terra, à minha linda terra, o ver aprovado o projecto sôbre a junta autónoma do seu porto? Mas como é que, na altura em que o Govêrno começa a querer resolver uma política geral, sôbre portos, se entende que sem a presença do Govêrno se pode discutir uma autorização para uma junta autónoma fazer um empréstimo de milhares de contos?

Isto afirma-se para a galeria, mas, por decoro próprio, aproveitemos o tempo e, agora que se pretende fazer distinção entre projectos e projectículos, devo dizer que o parecer cuja discussão requeri tem por fim evitar que os eleitores dessa região se vejam obrigados a percorrer quilómetros e quilómetros para exercer um direito cívico: o direito de voto. É ao que visa êsse projecto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: o Sr. Carlos Pereira acaba de declarar que o seu projecto se destina a evitar que os habitantes de certa localidade tenham que andar muitos quilómetros. Como se trate de Baleia, poder-se-ia supor que se destinava a evitar que morressem de fome e, em tal caso, daríamos o nosso voto, mas trata-se do um projecto eleiçoeiro, como o são todos os outros cuja discussão se pediu, e o que lamentarmos é que sejam tam bons uns como os outros.

São perfeitamente iguais.

O Partido Nacionalista apenas protestou porque queria a moralidade do sapateiro de Braga, e logo que lhe concederam o mesmo favor já estão todos entendidos.

Pregunto se alguém pode tomar a sério êste Parlamento; pregunto se tem ou não razão quem lá fora pôr todos os modos protesta contra êste Parlamento; pregunto a V. Exa. se têm ou não razão aqueles que sustentara como princípio o regime anti-parlamentar.

Não faz sentido que, dada a situação económica e financeira do País e dada a greve no momento actual do funcionalismo público, a Câmara esteja a ocupar o seu tempo em assuntos desta natureza.

Sr. Presidente: acho muito interessante que se facilite aos eleitores o acesso às urnas, mas eu não sei se S. Exa. com o seu projecto tem antes a intenção de facilitar aos seus amigos políticos novas roubalheiras e violências eleitorais. Êsse é um ponto a discutir. Consta-me que os eleitores dessa freguesia são useiros e vezeiros em actos dessa natureza.

Sr. Presidente: o que eu quis salientar foi a atitude estranha do Partido Nacionalista, com o qual tantas vezes me tenho encontrado nos seus pontos de vista.

Lamento que da parte do Partido Nacionalista tenham partido requerimentos neste sentido, que tiraram a acção moral aos seus protestos e que foram dar razão, ao Sr. Carlos Pereira.

O Partido Nacionalista, que tam bem se tinha colocado, veio lamentavelmente prejudicar a sua acção.

Só nós é que nos salvamos mais uma vez, e êste facto é que se torna preciso salientar.

Nós também queremos freguesias, também nos convêm assembleas eleitorais, queremos porventura um chafariz, uma igreja ou qualquer outro melhoramento, mas entendemos que neste momento não podemos distrair a atenção do Parlamento para assuntos dessa natureza quando há assuntos mais importantes a tratar.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Marques Loureiro: - Sr. Presidente: parece-me ser esta a ocasião oportuna para mandar para a Mesa uma proposta, que me parece dará satisfação a todos os lados da Câmara.

O que se pretende?