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Sessão de 5 de Abril de 1924 5

província sempre heróica participe da glória de seu filho, nobilitando-se com o nome dêsse herói, para que numa expressão corográfica que com outras se confunde no mapa de Portugal, fique brilhando com a perpetuidade da história o nome dum soldado que é digno da Epopeia.

Artigo único. Em homenagem da Pátria agradecida ao soldado de infantaria n.° 15.º, Aníbal Augusto Milhais, conhecido no seu regimento durante a grande guerra pelo Milhões, a freguesia de Valongo, concelho de Murça, distrito de Vila Real, passa a denominar-se Valongo do Milhais.

Sala da Câmara dos Deputados, 7 de Abril de 1924. — Vasco Borges.

Sr. Presidente: é êste o projecto que envio para a Mesa, numa hora em que, mais ou menos, se comemora a data gloriosa do 9 de Abril.

Parece-me ser uma homenagem sincera aquela que a Câmara prestará, concordando com o meu projecto, porque será uma homenagem prestada ao valor da raça que naquela data se ré velo n num indivíduo que constituí uca expoente do valor sempre conhecido e apreciado das virtudes dos portugueses.

Para êste projecto, peço a V. Exa. se digne consultar a Câmara, logo que haja número, sôbre se concede a urgência e dispensa do Regimento.

Tenho dito.

O orador não revia.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Sr. Presidente: se o Sr. Ministro da Agricultura estivesse presente, eu pediria a S. Exa. que ordenasse, emquanto se não votar o regime cerealífero, a imediata fiscalização às farinhas, e ao modo como se fabrica o pão.

Eu tive ensejo de assistir a uma conversa entre estrangeiros, que estavam criticando a qualidade do pão que é fornecido pelas padarias de Lisboa, e como patriota que tora os olhos sempre fitos no altar da Pátria senti-me deveras envergonhado.

Sr. Presidente: é necessário que o Sr. Ministro da Agricultura enfrente êste magno problema o combata os inimigos do povo com a mesma coragem com que se bateu em França contra os alemães.

Também S. Exa. apresentou uma medida repressiva para os lucros ilícitos.

Não me compete, neste momento, apreciá-la; no entanto, devo dizer que ela não deve visar apenas os pequenos comerciantes, mas, pelo contrário, as grandes emprêsas, porque é delas que provém o mal, visto, na sua maioria, serem constituídas por adversários do regime.

Sr. Presidente: eu não sei porque artes mágicas o Sr. Paulo Cancela de Abreu descobriu que no tempo da propaganda republicana se dizia que o bacalhau passaria para pataco. Se S. Exa. fôsse da minha constituição, eu intimá-lo ia a dizer quem tinha sido o orador que havia afirmado semelhante cousa.

Mas S. Exa. é enfezado em tudo o eu não posso fazer-lhe essa intimação.

Todavia a brilhante conferência que S. Exa. fez não ficará sem resposta, e não a teria realizado tam galhofeiramente se, porventura, muitas das nossas autoridades não tivessem medo de que volte » monarquia.

Meus senhores: é preciso não ter medo porque nós não podemos andar para trás. Ainda ontem O Mundo publicava uma notícia interessante, pela qual se verifica que em 1914, na Europa, existiam 20 monarquias e 3 repúblicas e agora existem 16 repúblicas. Vê-se, portanto, que é o progresso sempre crescente da democracia.

Nestas condições a propaganda do Sr. Paulo Cancela de Abreu não dá nenhum resultado, e apenas é escutado por servos da gleba, que outra cousa não são aqueles que têm um ideal já morto. Todavia, alguém há-de responder á sua galhofa com palavras sinceras e escaldantes.

Vou terminar as minhas considerações pedindo ao Sr. Ministro da Agricultura que ponha em prática medidas que evitem que continuemos a morrer de fome.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Pedi d palavra para requerer a V. Exa. se digno consultar a Câmara sôbre só permito que entro imediatamente em discussão o parecer n.º 672.

Foi aprovado o requerimento do Sr. Vasco Borges, porá que se conceda urgência e dispensa do Regimento do seu projecto.