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12 Diário da Câmara dos Deputados

Recordo apenas uma data, a data de 1 de Dezembro de 1640. Não foi precisamente essa data que fixou a nossa independência; mas ela foi a princípio, a origem, a que se seguiram muitas batalhas e actos de valentia e coragem.

Nós temos na nossa história as batalhas de Montes Claros, Asseiceiras, e quantas outras, onde correu muito sangue, e se praticaram muitos mais actos de valentia e sacrifício, de que nessa data de 1 de Dezembro de 1640.

Mas é sempre esta data que comemora a independência de Portugal.

É por isso que eu sou de opinião que não é esta a data a comemorar.

É certo que, de todas as batalhas, a que hoje celebramos foi a mais importante. Se queremos comemorar essa data, façamos essa comemoração, mas só como sentimento de patriotismo, e de saudade pelos soldados que souberam dar à sua Pátria o seu sangue.

E mais nada.

Quando se fala no 9 de Abril ligo logo a esta data dois factos que não posso esquecer: — uns batiam-se em França, dando o seu sangue pela Pátria, e outros divertiam-se em S. Carlos, vendo os bailados russos.

Nós temos que apreciar nitidamente a política dos que quiseram a guerra, e a política dúbia dos que a não quiseram.

Diz o Sr. Lino Neto, que foi o 9 de de Abril que marcou-a separação de Portugal da Espanha ante o conflito.

Mas, a grande data foi essa: foi a da entrada na guerra por parte de Portugal.

Veja-se até que ponto os homens públicos do nosso País querem confundir nesta data as duas correntes de opinião a dos que quiseram a guerra e a dos que não a quiseram.

Estou certo $e que, nesta hora em que recordamos êsses homens que se souberam bater, se existem as almas dêsses dois soldados desconhecidos, elas hão-de sentir como eu.

Termino, dizendo a V. Exa., Sr. Presidente: que me associa ao voto que foi proposto em homenagem àqueles que se bateram pela Pátria..

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Br. Presidente do Ministério, Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): -
Sr. Presidente: pedi a palavra para em nome do Govêrno me associar ao voto de saudação às fôrças de mar e terra, e à homenagem a prestar aos militares falecidos nas campanhas em França e em África.

Reconheço que a data de 9 de Abril foi bem escolhida para tal manifestação, porque essa data não foi um desastre como muitos julgam, e antes uma exaltação do nosso esfôrço, muitas vezes superior ao que seria possível esperar.

Conseguiu demonstrá-lo o capitão Nuno Antunes, que, dirigindo-se ao marechal Hindenburgo, alcançou que êle escreveu-se palavras de justiça para os soldados portugueses, rectificando o que anteriormente havia escrito no seu relatório:

É, na verdade, uma data bem escolhida.

Não apoiados.

Apoiados.

É uma data que recorda a nossa vitalidade, e que pode ser inscrita nas páginas de ouro da história militar portuguesa. Ela não deslustra nada o nosso exército.

A guerra actual não tem as cousas espectaculosas das guerras antigas.

É muito diferente.

Uma retirada do exército não constitui ama situação desgraçada para êle, mas sim uma página digna de louvor.

Temos o prazer de nos associar ao voto proposto.

O orador não

O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara considero aprovado por unanimidade o voto proposto.

Vai realizar-se a interpelação do Sr. Vitorino Guimarães ao Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Vitorino Guimarães: — Sr. Presidente: embora não possa dar a minha concordância à série de medidas de ordem económica e financeira que tem sido promulgadas pelo actual Govêrno, não quero neste momento referir-me senão ao diploma publicado em 11 de Fevereiro que modifica as condições do empréstimo de 1923, empréstimo êsse que tinha sido cometido à sombra da lei n:° 1:424, que