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26 Diário da Câmara dos Deputados

Consentiu o agravamento da circulação fiduciária a favor do Banco de Portugal, e mais consentiria se fôsse possível, mas o Parlamento tomaria então as providências necessárias para que a praça não tivesse momentos de aflição iguais aos do Ministro das Finanças que aqui se sentar.

Foi o Govêrno forçado a consentir o aumento da circulação fiduciária do Banco, sob pena de o Banco e o Estado abrirem a bancarrota.

Assim procederá V. Exa., que aqui se sentará para o mês que vem.

Impedirá todos os males para assim poder enfrentar um pouco essas dificuldades.

Assim tenho podido sempre falar de cabeça levantada ao Banco; e nem sempre isto se pôde fazer.

Temos infelizmente, por êrro de nós todos, que não só por êrro dos Ministros das.Finanças, faltado ao Estado com os meios para êle cumprir com os seus deveres.

O Sr. Presidente: - V. Exa. deseja ficar com a palavra reservada?

O Orador: — Ficarei com a palavra reservada.

O orador não reviu.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Presidente: — Tem a palavra para antes de se encerrar a sessão o Sr. Carvalho.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: vou ocupar-me da concentração de tropas ordenada pelo Govêrno em Marco de Canaveses, de onde fui convidado para ir inaugurar o Centro da Juventude Monárquica Conservadora.

Seguramente as autoridades com o conhecimento do Sr. Ministro do Interior, é que estão procedendo contra os elementos conservadores, com os quais devem contar.

Não é com os elementos bolchevistas, que lançam bombas, e muitas vezes à ordem das próprias autoridades, o que é um verdadeiro crime.

Fui convidado para ir a Marco de Canaveses assistir à inauguração do Núcleo Regional das Juventudes Monárquicas.

Ao chegar à estação onde era esperado por várias pessoas da maior representação no concelho, meus correligionários, tive a surpresa de ver que fôrças de infantaria e cavalaria igualmente aguardavam a minha chegada, não sei se com o fim de prestarem as homenagens da República a um adversário.

Vozes: — Havia de ser isso!

Risos.

O Orador: — A breve trecho, porém, fui informado de que o Sr. Conde de Leiria fora intimado a comparecer na administração do concelho.

A reunião havia sido proibida, porque houvera alteração da ordem pública.

Foi o caso de ter rebentado uma bomba, no pacato concelho de Marco de Canaveses, sôbre o prédio onde se encontra instalada a redacção do jornal monárquico.

Essa bomba fez largos estragos. Foi uma bomba acentuadamente republicana, como o são, aliás, quási todas as que tem si do lançadas no País, neste desgraçado País em que se prendem pessoas respeitáveis como o Sr. Conde de Leiria, mas se deixa à solta o assassino de Sidónio Pais.

Depois um outro amigo meu, o Sr. Pinto de Sousa, foi também intimado a comparecer na administração do concelho.

Eu acompanhei ali aquele senhor, encontrando lá o Sr. Conde de Leiria.

Daí a pouco chegava o delegado do Govêrno, declarando que a reunião estava proibida, como proibido ficava que os meus correligionários se reunissem num almoço.

O mesmo delegado do Govêrno pretendeu depois que assinássemos um termo de responsabilidade pelo qual garantíssemos que não haveria alteração da ordem.

Eu respondi então que quem devia tomar essa responsabilidade era a autoridade e não nós.

Daí a pouco chegava o delegado do Govêrno que vinha de automóvel — que êle no caminho confiscara a uma família que passeava nessas estradas — e nessa ocasião formava a infantaria e as honras militares foram-me prestadas!

Uma voz: — Honras de príncipe!