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Sessão de 30 de Abril de 1924 5

pelo leito dos ilustres aviadores; mas não me consta que os outros Ministros tenham feito o mesmo.

Não tenho então razão para falar? Evidentemente que a tenho para afirmar que o Sr. Ministro da Guerra não dispensa à aviação militar aquele carinho e assistência que era natural que lhe prestasse.

Se a aviação militar não tem feito nada é porque não encontra nas regiões oficiais a protecção e carinho devidos, o que não sucede em nenhum país.

Concordo em absoluto com a proposta de lei apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra, promovendo por distinção aos postos imediatos os dois ilustres oficiais aviadores. Esses dois oficiais já até hoje percorreram o dôbro da distância que haviam percorrido os gloriosos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, quando êstes foram promovidos. Gago Coutinho e Sacadura Cabral tinham voado 5:000 quilómetros quando chegaram aos Rochedos, e foram então promovidos; e os aviadores Brito Pais e Sarmento de Beires já percorreram 7:000 quilómetros. Portanto, já fizeram mais alguma cousa do que Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

Por conseguinte, antes de se ver o que dava a viagem de Sacadura Cabral e Gago Coutinho, prestou-se-lhes auxílio?

O Estado enviou dois navios para os auxiliar na viagem, e sabe-se qual a despesa que faz um navio de guerra, cujas despesas eram pagas em ouro.

Então porque é que o Sr. Ministro da Guerra não podia ter feito a mesma cousa para com os oficiais aviadores, sem esperar que êles chegassem ao Cairo?

Não quero alongar-me em considerações sôbre êste assunto, e aproveito o ensejo de estar no uso da palavra para pedir a V. Exa. que na ocasião oportuna, consulto a Câmara sôbre a urgência o dispensa do Regimento para a proposta de lei apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: — Não posso deixar de manifestar o meu regozijo pela proposta de lei apresentada à Câmara pelo Sr. Ministro da Guerra no sentido das palavras que eu havia ontem pronunciado.

Folgo que o Sr. Ministro da Guerra tivesse tomado essa iniciativa.

Assim se prova que o assunto está merecendo o devido interêsse da parte do Govêrno.

Creio bem que não valerá a pena estar a agitar a questão de se saber se o Govêrno, e muito especialmente o Sr. Ministro da Guerra dispensou aquele carinho que devia aos aviadores que promovera o raid a Macau.

O assunto é de tal natureza delicado que certas apreciações que façamos irão ferir a modéstia de Brito Pais e Sarmento Beires.

Sei muito bem o que êles pensam a propósito dos seus intuitos.

Tendo relações de amizade com Sarmento Beires, que foi meu camarada e companheiro desde longos anos, sei bem o que êle e o seu glorioso camarada pensavam a respeito do seu objectivo, e qual a forma como tentavam levá-lo a efeito.

Conhecendo bem o objectivo dêsses dois gloriosos rapazes, entendo que o que se disser aqui irá ferir os seus escrúpulos.

Estou convencido de que o Sr. Ministro da Guerra, pelo seu passado de oficial valente e brioso, tendo durante o período da guerra colaborado estreitamente com os seus camaradas, há-de dedicar todo o interêsse a êste assunto.

Entendo pois que o Parlamento deve acabar com estas discussões, confiando que o Sr. Américo Olavo, ilustre Ministro da Guerra, fará tudo quanto possa para auxiliar o raid a Macau.

Sr. Presidente: dou o meu voto à proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Ministro da Guerra, se bem que ela não corresponda até certo ponto ao fim que eu ontem aqui manifestei.

A verdade é que o meu desejo seria que ao sargento ajudante Gouveia fossem, dados dois postos de acesso, por julgar até interpretar neste ponto o sentimento dos aviadores, com os quais tive várias conversas sôbre o assunto.

Não insisto no meu ponto de vista, Sr. Presidente, se bem que entenda que êle seria de todo o ponto justo, tanto mais quanto é certo que o sargento Gouveia tem recusado outros lugares mais rendo? sós, para se conservar no seu pôsto.

A minha proposta, Sr. Presidente, era