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Sessão de 30 de Abril de 1924 9

O. Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: gostosamente declaro que dou o meu voto à, proposta em discussão.

Já ontem expus, nesta Câmara, o meu sentir acerca do raid Lisboa-Macau.

Assim, Sr. Presidente, eu devo dizer em abono da verdade, que as considerações que estou fazendo relativamente a êsses dois oficiais, que estão voando sôbre a terra, são idênticas àquelas que aqui fiz relativamente;aos dois oficiais que primitivamente voaram sôbre o mar. A verdade è que tanto uns como os outros, somente, tiveram em vista o engrandecimento da Pátria, o que os torna dignos da nossa estima e admiração. Tanto o Govêrno, Sr. Presidente, como todos ,nós nos interessamos tanto pelo bom resultado da empresa dêstes dois oficiais do exército que estão voando sobre a terra, como nos interessámos pelo bom resultado da dos dois oficiais da marinha que voaram sôbre o mar.

Assim, Sr. Presidente, eu creio que o desejo de nós todos será que a proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Ministro da Guerra seja aprovada tanto na generalidade como na especialidade, por aclamação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar em meu nome pessoal, e no da minoria monárquica, que tenho a honra de representar nesta Câmara, que damos o nosso voto à proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Ministro da Guerra.

Sr. Presidente: - Permita-me V. Exa. e a Câmara que eu saliente uma palavra aqui proferida pelo ilustre Deputado Sr. António Correia, talvez, por se encontrar isolado dentro do grupo em nome do qual falou, pois a verdade é que S. Exa. pronunciou a palavra «torpeza».

S. Exa. que na verdade falou em torpezas políticas, lá o sabe e terá as suas razões.

Eu, Sr. Presidente, vou dizer em abono da verdade que tenho muita pena de que se tenha levantado esta tempestade contra mim, tanto mais quanto é certo que idênticos reparos aqui foram feitos pelos ilustres Deputados Srs. Hermano de Medeiros, António Maia e Jaime de Sousa.

Estava muito calado no meu lugar sem pretender intervir neste assunto, o encontrei desencadeada contra mim uma tempestade.

Parece-me que ontem a Câmara ficou mal disposta; e hoje entendeu que devia descarregar essa má disposição contra mim.

É também interessante a defesa do Sr. Ministro da Guerra a propósito do projecto que mandei para a Mesa. Não pode aprová-lo, por isso que não tem verba. O meu projecto não indica verba; de maneira que, se S.Exa. não tem outro,argumento, êste não pode ser, aceito pelo País.

É simplesmente política, unicamente política, o que, está fazendo o Sr. Ministro da Guerra e o Govêrno, porque só não aprovam o projecto por êle ter partido da minoria monárquica.

Não se diz se o projecto serve ou não.

Não se indica no projecto a verba, e eu estou convencido de que não será preciso fazê-lo.

Mas êste raid não teve o Apoio moral e material necessários, para que os aviadores não tivessem de pedir dinheiro como agora sucedeu ao chegarem ao Cairo.

Não fiz política. Quem fez política foi o Sr. Ministro da Guerra e foi o Sr. Plínio Silva com os seus ataques tempestuosos a mim que me encontrava no meu lugar muito sossegado.

Não concorda o Sr. Ministro com o meu projecto porque nele se não indicam as verbas necessárias. O meu intento foi chamar a atenção do Govêrno e do Parlamento para qualquer, eventualidade que pudesse dar-se.

Dou o meu voto à proposta do Sr. Ministro da Guerra.

O orador não reviu.

Foi aprovada a proposta sa generalidade.

Leu-se na Mesa o artigo.

O Sr. António Correia: — Mando para a Mesa a seguinte proposta de emenda.

Substituir a expressão: «a contar de 7 do corrente mês e ano», por «a contar de 7 de Abril do corrente ano».

Câmara dos Deputados, 30 de Abril de 1924.— António Correia.

Foi lida e admitida e entrou em discussão.