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6 Diário da Câmara dos Deputados

feita nesse sentido, isto é, tinha por fina conceder ao sargento Gouveia dois postos de acesso, não só, repito, por julgar isso de todo o ponto justo, como por entender que dessa forma interpretaria bem o sentir dêsses dois grandes aviadores, assim como o de todos os que pertencem à aviação.

Não insisto, repito, Sr. Presidente, no meu ponto de vista, conformando-me com o critério que o Sr. Ministro da Guerra queira adoptar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: devo dizer em abono da verdade que não compreendo até certo ponto a argumentação apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra sôbre o assunto, pois a verdade é que se não compreende que se diga que as circunstâncias do Tesouro são aflitivas, sendo necessário reduzir as despesas relativamente ao glorioso raid que se está realizando, e o mesmo argumento só não tivesse apresentado quando os nossos soldados foram a Madrid jogar o foot-ball, com os soldados espanhóis, acompanhados de cinco oficiais e de um adido militar português, com o que se gastou também muito dinheiro, e a meu ver inutilmente.

O Govêrno, ao que se vê, liga mais importância ao jôgo de foot-ball do que ao raid que se está realizando.

Disse ontem aqui, Sr. Presidente, o Sr. Ministro da Instrução, que relativamente ao jôgo de foot-ball havia compromissos de ordem internacional; porém, eu creio que ainda assim não haveria uma necessidade absoluta de mandar lá uma comissão composta dê cinco oficiais e um adido militar português.

O Sr. Plínio Silva: — O que não há é o direito de fazer política com uma questão dessas.

O Orador: — O que é um facto é que os reparos que eu estou fazendo igualmente foram feitos por outros oradores, alguns dos quais da própria maioria, e o Sr. Ministro, dá Guerra não se insurgiu contra o facto.

Sr. Presidente: está sôbre a Mesa um projecto de lei por mim aqui apresentado

relativamente às despesas necessárias a fazer para complemento do raid Lisboa-Macau; porém, ainda não vi que o Govêrno se tivesse manifestado acerca dele.

Seria bastante interessante que o Sr. Ministro da Guerra dissesse à Câmara o que pensa relativamente a êle, a fim de a Câmara se poder orientar sôbre o assunto.

Devo dizer, desde já, a V. Exa. e à Câmara, que o meu projecto não tem o propósito de prejudicar por qualquer forma eu inutilizar a subscrição que se está fazendo, ou que venha a fazer-se. O meu desejo é unicamente prever a hipótese de que êsse raid se não possa levar a cabo por falta de recursos, ficando assim o Govêrno autorizado a despender as importâncias que forem necessárias.

Estou absolutamente convencido, Sr. Presidente, de que o Govêrno não terá necessidade de despender qualquer quantia; porém, o meu desejo e o meu objectivo é que o Govêrno fique autorizado a fazer essa desposa, caso ela seja necessária para complemento dêsse raid.

Repito: o meu projecto não tem por fim prejudicar a subscrição que se está fazendo, ou venha a fazer, mas sinceramente prever a eventualidade de poder haver falta de dinheiro, razão por que eu desejaria bastante ouvir a opinião dó Sr. Ministro da Guerra sôbre o assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lelo Portela: — Sr. Presidente: pedi a palavra para declarar em meu nome, e no do partido a que tenho a honra de pertencer, que damos o nosso voto à proposta enviada para a Mesa pelo Sr. Ministro da Guerra, e bem assim para fazer algumas considerações relativamente a umas palavras proferidas pelo Sr. Ministro.

Disse S. Exa. s que estava pronto a dar qualquer auxílio aos oficiais aviadores, depois de êstes terem dado provas.

Não se compreende, na verdade, Sr. Presidente, esta doutrina apresentada pelo Sr. Ministro da Guerra.

O Sr. Ministro da Guerra não pode considerar os dois distintos aviadores como simples particulares, mas sim como dois oficiais que são do exército português.