O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 30 de Abril de 1924 7

Creio, Sr. Presidente, que com as afirmações que acabo de fazer a questão fica perfeitamente colocada.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: com as afirmações que se estão produzindo aqui dentro a propósito da atitude do Govêrno, em relação ao raia Lisboa-Macau, estamos a deslustrar o procedimento do povo português, que num gesto de beleza e patriotismo sabe dar aos heróicos aviadores a assistência moral e material de que êles carecem.

Muitos apoiados.

De tudo se lança mão para fazer a mais baixa política em volta de um empreendimento que a não comporta.

Apoiados.

É na ânsia de atacar os Govêrnos e a República vai-se até o ponto de vexar a nossa inteligência, fazendo-se em certa imprensa, em vistosas parangonas, as mais inconcebíveis acusações aos Ministros, ao Govêrno e ao Parlamento.

E invoca-se, para fazer salientar a pretendida falta de assistência aos heróicos aviadores, o facto de o Govêrno ter ainda há pouco mandado a Espanha, a tomar parte num desafio de foot-ball, alguns oficiais e praças do exército, como se o Govêrno pudesse ter deixado de o fazer, tratando-se dê mais a mais da disputa duma taça actualmente em poder dos portugueses. (Apoiados), como só não existissem entre as nações deveres de cortesia a que se não pode fugir!

Apoiados.

Sr. Presidente: basta de apreciações e de críticas que nem sempre conseguem encobrir os propósitos de ruim política que as dita. O empreendimento a que lançaram ombros os gloriosos aviadores que marcham sôbre Macau pertence já à Nação; deixemos que ela se manifeste.

Muitos apoiados.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: — Sr. Presidente: em nome do Grupo de Acção Republicana associo-me às palavras do Sr. Mi-

nistro da Guerra, a cuja proposta eu dou inteiramente o meu voto.

Quem tivesse dúvidas acerca da atitude da minoria monárquica desta casa do Parlamento deve estar neste momento elucidado sôbre os motivos que a levaram a assumir a atitude que assumiu em relação a um facto que se não compadecia de qualquer forma com chantages políticas.

Da parte da minoria monárquica nade, mais verificamos do que o propósito de fazer política no sentido torpe da palavra.

Os seus desejos, porém, não surtirão efeito.

De resto a atitude nobre do titular da pasta da Guerra veio demonstrar clara o
categoricamente que ao Govêrno não era indiferente o empreendimento dos nossos
aviadores.

Só por uma obcecação política se poderá explicar que pessoas inteligentes se esqueçam do que à frente dos negócios da Guerra se encontra um valoroso oficial do nosso exército, que ostenta no seu peito a Torre e Espada e a Cruz de Guerra ganhas no campo da batalha, incapaz de deixar de reconhecer o grande sacrifício feito pelos seus camaradas que empreenderam o grande raid que acrescentará mais uma brilhante página à grandiosa história militar portuguesa.

É necessário que a maioria e minorias republicanas mostrem à minoria monárquica que em assuntos como êste de que tratamos não é lícito que se levante a mais pequena campanha política.

Sr. Presidente: as declarações do Govêrno são terminantes. Sob o ponto de vista moral, os nossos aviadores têm o carinho dos nossos corações e a admiração das nossas almas, que se traduz no entusiasmo com que ambicionamos um Portugal maior.

Sob o pronto de vista financeiro, já foi declarado pelo Govêrno que, se fôr necessário, em momento oportuno não negará a sua assistência aos aviadores que estão concorrendo para o nosso engrandecimento. Tenho dito.

O orador no o reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Sr. Presidente: não vale a pena-