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Sessão de 30 de Abril de 1924 13

Exa. reintegrasse ninguém: estavam todos já reintegrados pelo Conselho de Administração respectivo.

Mas, Sr. Presidente, pôsto de lado êste aspecto, falta saber como é que se acusa um Ministro da República do ceder locomotivas, quási de graça, a corta emprêsa ferroviária o também falta saber por que razão o Conselho de Administração não acatou os despachos do Ministro.

Desejava que o Sr. Ministro do Comércio me respondesse a estes pontos, porque tem um aspecto administrativo em que S. Exa. é sangrentamente visado e em termos que me puseram logo de sobreaviso para não mo restar dúvidas de que o Sr. Ministro procedera como devia.

Quanto à parte política, S. Exa. não é atingido, porque, é um republicano de sempre e é alguém no meio republicano e que neste Govêrno tem demonstrado zelo e competência.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Tenho recebido nesta Câmara grande consideração dos meus correligionários, e, por isso, é que eu estranho a forma como êste assunto foi pôsto à votação e a recusa de certas pessoas que eu tenho distinguido com a minha estima.

As campanhas contra os homens públicos só mo incomodam quando atacam a sua honra; e esta é das que mais me ferem por insinuar-se, que, acabando com o pão político, tive em mim favorecer a Moagem.

As campanhas surgem do vários lados e por várias formas; porém, eu devo dizer que não sou homem que me arreceio dos ataques que me fazem, pois a verdade é que quem não deve, não tomo.

Também não tenho rabos de palha — desculpem-me V. Exa. a frase que na verdade é pouco parlamentar.

Fazem-se, Sr. Presidente, referências a uma célebre empresa agrícola. Ora ou vou dizer a V. Exa. em que consisto essa emprêsa agrícola, do que fui um dos iniciadores.

Como V. Exas. sabem, ou sou um dos directores da Federação dos Sindicatos Agrícolas. Quando entrei para lá estava essa empresa em formação.

Como membro dessa instituição, com muito prazer tratei de a organizar, para o que se fez a competente escritura, tendo eu entrado para essa emprêsa com o capital dê cinco contos.

Devo porém dizer que nunca pratiquei o mínimo acto de administração, tendo as medidas por mim tomadas acerca de adubos sido feitas com o único intuito de ajudar a lavoura nacional e mais nada.

Nunca, Sr. Presidente, ajudei a Moagem ou qualquer outra entidade.

Devo dizer a V. Exas. que os primeiros ataques mo foram dirigidos por um jornal monárquico, o qual — devo dizê-lo em abono da verdade — vendo depois que êles não tinham o menor fundamento, nobremente cessou êsses ataques, o que na verdade se não deu com um jornal republicano, que depois disso me começou a atacar pelos mesmos motivos.

Agora, Sr. Presidente, faz-me no seu relatório idênticos ataques a Companhia União Fabril - êsse potentado que hoje está nas mãos de um mau português (Muitos apoiados), mau português que num País que não fôsse o nosso já teria sido fuzilado, pois, a verdade é que tem sido um verdadeiro inimigo da Pátria. Haja vista o que êle fez, quando da declaração de guerra, e quando foi expulso de Portugal o Ministro alemão.

Êsse mau português foi à estação para se despedir dele e entregar à esposa um ramo de flores.

Êsse mau português que se chama Alfredo da Silva, depois do uma acção anti-patriótica feita ao sou País, acaba de ser expulso da França em virtude das especulações cambiais em que se meteu, e expulso será de toda a parte onde só encontre, devido à sua maneira de proceder, visto que êle só se preocupa com os seus interêsses e dos de meia dúzia de aventureiros que o rodeiam e são também, como êle, maus portugueses.

Num decreto publicado em 1918 conseguiu êsse homem tabelar as oleaginosas e proibir a sua exportação. Ficou assim senhor absoluto dêsse mercado; e, como era proprietário da única fábrica que as manipulava, os seus produtos acompanharam sempre a divisa cambial...

O Sr. Velhinho Correia: — Em determinado período da vida da República toda