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18 Diário da Câmara dos Deputados

à Câmara e felicitar S. Exa., pois muitas vezes aqui tenho gritado que é preciso que naquelas cadeiras se sentem homens que mandem, para que o Executivo não esteja à mercê de quem quer que seja,

Vejo que o Sr. Ministro do Comércio, aceitando demissões que lhe foram pedidas, ressalvou como Ministro do Comércio as sanções disciplinares porventura a aplicar a quem, adentro de determinadas autonomias, pretendeu fugir delas. E felicito-o, também, por ver que na cedência das locomotivas ao Caminho de Ferro de Vale do Vouga se houve com a necessária prudência. Felicito, também, o Sr. Ministro do Comércio, no que se refere às oficinas do Barreiro, por S. Exa. ter aparecido como um travão aos erros que se cometeram, aos erros que no papel toda a gente julga do fácil remédio.

Seria até interessante, antes de se pôr em equação o problema das oficinas, apreciar aquele que é a origem de todos os outros.

Efectivamente nós vemos que os caminhos de ferro pretendem distrair-se do fim principal da sua função, que é o transporte, para se arvorarem em construtores.

Agradeço ao Sr. Ministro, do Comércio as explicações de S. Exa. mesmo pelo que se refere à parte política, porque, pertencendo eu a um agrupamento político, muitas vezes recalco sentimentos que são legítimos, pensando apenas que sou republicano e que devo contribuir para a unidade do Partido que é a maior fôrça da República, do Partido onde entrei sem favores de ninguém, onde estou há muito tempo sem favores de ninguém, ainda antes da República ser uma realidade no nosso País, ao qual tenho sempre dado o melhor da minha dedicação, sem nunca lhe pedir cousa alguma.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vitorino Guimarães: — Sr. Presidente: o Sr. Ministro da Agricultura, quando principiou a usar da palavra, estranhou que fôsse alguém que com êle tem mais estreitas relações quem tivesse votado contra o requerimento apresentado pelo Sr. Carlos Pereira.

Sr. Presidente: fui eu uma das pessoas abrangidas pela estranheza de S. Exa. Efectivamente, S. Exa. sabe bem a consideração e respeita que eu tenho pelas suas qualidades de republicano, de político e de homem de bem na verdadeira acepção da palavra, e sabe também a profunda amizade que há muitos anos nos liga, para que nunca pudesse ver na minha atitude qualquer cousa que o pudesse magoar.

O mesmo se dá em relação ao Sr. Ministro do Comércio, podendo aplicar a S. Exa. o que acabo de dizer com.respeito ao Sr. Ministro da Agricultura, porque não podem ser mais sinceramente amistosas as nossas relações.

No emtanto, um facto houve que determinou a minha atitude.

É que também eu tenho o direito de sentir-me um pouco.

Porque, embora não seja dos preceitos, regulamentares, é, todavia, da correcção usada nesta Câmara, que estando em debate uma interpelação da qual eu fui iniciador, houvesse uma atenção para comigo quando se quisesse intercalar outros assuntos na discussão.

Estranhei, portanto, o sucedido; e foi essa a causa da forma como votei o requerimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Pereira (para explicações): — Sr. Presidente: encontrando-me nesta Câmara desde a abertura da sessão, pedi logo a palavra no começo dos trabalhos, para ver se conseguia antes da ordem dó dia, tratar dêste assunto.

Quis o acaso que explicações de vária natureza viessem preencher todo o espaço do antes da ordem do dia; e foi essa a razão porque apresento uma proposta de negócio urgente.

Êsse meu acto certamente vai ser censurado nas reuniões do meu grupo; mas a ninguém assiste o direito de pôr em dúvida a sinceridade dos meus intuitos.

Sr. Presidente: explicada a minha atitude, eu aguardo as sanções que o grupo político a que pertenço entenda dever aplicar-me.

Tenho dito.

O orador não reviu.