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Sessão de 5 de Abril de 1924 5

quais usei da palavra, falando, no emtanto, apenas duas horas.

Sr. Presidente: as cousas êste ano levam o mesmo caminho, porque a comissão de agricultura ainda se não constituiu sequer.

Por fim, nada se discute e o Ministro terá de arcar novamente com a responsabilidade de ter de decretar qualquer cousa para obviar à nossa falta.

Nestas condições, como não desejo tomar responsabilidades que me não cabem, desejaria que a comissão de agricultura se constituísse para apreciar a referida proposta.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): - Sr. Presidente: faço minhas as palavras do Sr. Sousa da Câmara.

Lembro a V. Exa. que, quando apresentei uma proposta à Câmara, esta aprovou a urgência; e lembro também que já pessoalmente procurei V. Exa. para que providencie no sentido de que a comissão de agricultura se constitua o mais ràpidamente possível.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: realizou-se ontem a primeira sessão do Congresso Feminista.

Afigura-se-me que se trata de uma reunião que pode resultar de grande utilidade para a vida nacional; e por isso peço a V. Exa. se digne consultar a Câmara sôbre se admite que a êsse congresso seja enviado um voto de saudação.

Também ontem teve lugar a última sessão, do Congresso de Natação.

Trata-se de uma reunião desportista, onde tive ocasião de ouvir as mais entusiásticas e calorosas saudações à actividade parlamentar no que se refere ao desporto,

Afigura-se-me que devemos ter para com. a atitude, do Congresso de Natação uma responsabilidade de procedimento; é por isso que proponho que à comissão executiva do congresso seja enviado um voto de congratulação pela forma como o congresso decorreu.

Sr. Presidente á doutro facto importante teve ontem conhecimento o país: foi a

chegada à índia dos aviadores que estão executando o raid Lisboa-Macau.

Essa circunstância é excepcionalmente interessante para nós outros, pois são êstes os primeiros aviadores portugueses que chegaram à índia.

Entendo que é bem merecido um voto de saudação.

É por isso proponho que êste meu alvitro seja comunicado aos três gloriosos aviadores.

Já que estamos em maré de saudações permita-me V. Exa. Sr. Presidente, que, tendo passado no dia 3 mais um aniversário da independência do Brasil, proponha que esta Câmara lavre na acta desta sessão um voto de saudação àquela nação amiga.

Sr. Presidente: lamento que o Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior não esteja presente; todavia não quero deixar de lavrar o meu mais enérgico protesto contra a proibição que o Govêrno fez do cortejo cívico que as classes proletárias se propunham realizar no dia 1.° de Maio.

Protesto contra essa atitude, que é uma violência, e faço votos para que o Govêrno não reincida nela, porque é com êstes pequenos actos, com estas resistências, inteiramente descabidas, que se criam estados de conveniência social que podem produzir perturbações violentíssimas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — Direi a V. Exa. que me associo com todo o prazer, em nome do Govêrno; aos votos de saudação formulados pelo Sr. João Camoesas.

Embora o assunto a que se referiu o Sr. João Camoesas não corra pela minha pasta, terei muito prazer em transmitir ao meu colega as considerações feitas por S. Exa.

Quanto à proibição do cortejo operário, devo dizer que o Sr. Ministro do Interior praticou êsse acto em atenção às circunstâncias especiais em que está decorrendo a vida em Lisboa, e não com o desejo de fazer proibições desta ordem.

O Sr. Ministro do Interior, sem qualquer a cerimónia contra as classes operárias, tomou inteira responsabilidade dêsse acto no intuito de garantir á ordem pública;