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6 Diário da Câmara dos Deputados

Jordão dirigiu-me palavras de desconfiança pelo facto de eu não ter resolvido a questão dos caminhos de ferro de Évora a Reguengos.

Há dois meses que estou nesta pasta, e os assuntos dos caminhos de ferro têm-me merecido toda a atenção.

S. Exa. tem empregado junto de outros governos os seus esfôrços no sentido de resolver êsse assunto, mas não o tem conseguido. Por isso não admira que eu ainda não tenha solucionado esta questão.

Estou convencido de que os trabalhos não serão suspensos.

V. Exa. sabe que neste problema dos caminhos de ferro o regime da autonomia tira aos Ministros a intervenção que êles deviam ter.

Eu não tenho deixado de pensar nesse assunto, como aliás em todos os outros que dependem da minha pasta; mas a Câmara sabe as dificuldades que encontro neste lugar, devido à orgânica dos vários serviços.

Não deixarei, no emtanto, de empregar todos os meus esfôrços, não só para que se não criem motivos de desprestígio para a República, mas ainda pára que se não diga que o Govêrno não procura os meios económicos de que o país carece para o seu desenvolvimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Velhinho Correia (para explicações): — Eu vejo com satisfação que todos os lados da Câmara reclamam uma acção imediata para a política das estradas.

Em meu parecer, só há dois caminhos a seguir, para conseguir êsse fim: ou dar ao Govêrno autorização para legislar sôbre o assunto, ou então fazer o sacrifício de consagrar algumas sessões matutinas à discussão dêsse problema.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Não apoiado!

O Orador: — As sessões ordinárias são dedicadas a assuntos de carácter financeiro, que estão pendentes, e por isso é necessário, repito-o, ou que se dê ao Govêrno autorização para legislar, ou que se marquem sessões matutinas para a discussão da questão das estradas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: é muito interessante o critério do Sr. Deputado da maioria que acaba de usar da palavra; simplesmente S. Exa. entende que a situação do país se resolve com impostos, quando toda a gente que percebe do assunto está convencida de que se equilibra resolvendo o problema económico.

O Sr. Nuno Simões tem razão, mas S. Exa. terá de abandonar o Govêrno por causa da sua intransigência, o que me levará a felicitá-lo nessa altura.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros (para explicações): — Sr. Presidente: pedi a palavra apenas para justificar o meu «não apoiado», proferido quando o Sr. Velhinho Correia fazia as suas considerações.

É que se fossem, marcadas sessões matutinas, com certeza que nunca haveria número para elas funcionarem.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Sousa da Câmara (para explicações): — Sr. Presidente: o alvitre apresentado pelo Sr. Velhinho Correia parece-me desnecessário, porque estou convencido de que se a Câmara, em vez de estar a discutir projectos de nenhum interêsse para o país, como a desanexação de freguesias, se interessasse realmente pela discussão de problemas de importância, teríamos tempo, sem precisarmos de marcar sessões matutinas, de produzir alguma cousa de útil.

De resto, estou convencido de que às sessões matutinas quási ninguém apareceria, porque todos nós vemos a dificuldade que existe até em arranjar número para as sessões diurnas ordinárias.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: tem-se desenvolvido uma atmosfera de insidiosas suspeições que, apesar de tudo, determina algumas, impressões prejudiciais para a República.

Quando qualquer parlamentar, no uso pleno das suas funções constitucionais, reclama providências contra a deturpação