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8 Diário da Câmara dos Deputados

sôbre ela. Tem S. Exa. entre os seus colegas de todos os lados da Câmara as mais altas provas de consideração pela sua honestidade e pelos seus processos de fazer política.

Nestes termos, o Grupo Parlamentar de Acção Republicana, seguindo a orientação que certamente a Câmara, por unanimidade, vai seguir, verifica não haver fundamento para que essa proposta seja votada.

O orador não reviu,

O Sr. Alberto Jordão: — O Partido Republicano Nacionalista, com as ligeiras considerações que vai fazer, não significa menos respeito pelo ponto de vista que acaba de ser defendido pelo Sr. João Camoesas.

Em tempos, e não há muitos meses, dêste lado da Câmara foi posta uma questão mais ou menos semelhante, e á Câmara declarou que o assunto não devia ser aqui tratado, mas sim nos tribunais.

Agora dá-se o mesmo caso.

O Sr. João Camoesas não praticou qualquer acto que posssa dar lugar à aprovação da sua proposta.

O ponto de vista do Partido Nacionalista é êste; e é êste o ponto de vista geral que deverá ser aplicado à proposta que foi mandada para a Mesa.

O orador não reviu.

O Sr. António Maia: — Os homens públicos pertencem ao País e quando atacados na sua honra têm o direito de exigir as reparações indispensáveis. Portanto, é necessário que êsse inquérito se faça para que a honra dêsse ilustre Deputado fique ilibada.

É assim que pela minha parte sempre tenho procedido.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: - Em nome dêste lado entendo que a Câmara não tem poderes para inquirir da vida particular dos seus membros, pois a entrar-se nesse princípio já muitos outro s inquéritos se deviam ter feito.

Nestes termos não damos o nosso voto a essa proposta.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Vasco Borges: — Não há nesta Câmara duas opiniões acerca do Sr. João Camoesas. Todos o conhecem como homem de honra perfeita e que se salienta pela sinceridade das suas convicções e pela coerência dos seus princípios.

Se S. Ex. foi aleivosamente agravado, tem a lei geral, que nem sequer o obriga a provar a sua honorabilidade, mas sim impõe ao seu acusador a obrigação de provar as acusações que fez.

Por êste motivo, o meu voto é contrário à proposta do Sr. João Camoesas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Tôrres Garcia: — Em primeiro lugar presto a minha homenagem ao Sr. João Camoesas.

S. Exa. desde há longos anos que vem dando à República todo o seu esfôrço e dedicação.

Estimando e admirando, como estimo e admiro o Sr. João Camoesas, eu neste momento não posso deixar de manifestar-lhe a minha mais alta consideração.

Acho bem que S. Exa. deseje um inquérito à sua vida e por isso aprovo a proposta que apresentou.

A atitude de S. Exa. é ainda neste momento a de um homem de bem que se vê atacado na sua honorabilidade.

É preciso que de uma vez para sempre se entre no caminho de se proceder contra quem faça malévolos ataques às personalidades políticas. Para isso será necessário que a cada ataque que surge contra as individualidades marcantes no meio político republicano, imediatamente se responda, fazendo luz sôbre todos os actos dessas individualidades atacadas.

O regime não pode ser servido senão por cidadãos virtuosos!

A República é o império da virtude!

Se deixássemos correr mundo a afirmação de que a República Portuguesa era servida por homens menos dignos, nós teríamos fatalmente levado o regime ao último e mais doloroso transe.

Muito bem anda o Sr. João Camoesas, propondo que se inquira da sua vida. E há de isso ser um princípio geral assente quando em Portugal se quiser pôr a vida social no são, e encontrar as causas do mal-estar de hoje.

Há que inquirir da vida de muita gente