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24 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — O Govêrno não quere outra cousa, nem nunca fez outra afirmação. Essa foi a sua confissão desde a primeira hora.

O Orador: — Nesse caso V. Exa. declara que p Govêrno está na disposição de proceder em harmonia com a letra da representação que foi entregue a esta Câmara.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — O Govêrno não atende a reclamações de ninguém. Quem está fora da disciplina não tem autoridade para fazer reclamações.

O Orador: — Eu condeno todas as pessoas que estão fora da disciplina; mas o que não tenho é dois critérios diversos.

(Àparte do Sr. Ministro do Comércio que se não ouviu}.

O Orador: — Nesse caso V. Exa. concorda em que o Govêrno tem tenção de castigar da mesma forma os elementos do pessoal maior e menor que faltaram ao cumprimento dos seus devores.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): - Como já disse, o Govêrno nunca pensou doutra forma.

O Orador: — Ora alguma cousa adiantámos com as declarações de V. Exa.

Se o Sr. Presidente do Ministério tivesse já feito essa declaração em nome do Govêrno, se o Sr. Ministro da Guerra a tivesse feito igualmente, talvez se tivessem facilitado as negociações tendentes à resolução do assunto.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — Não queira V. Exa. tirar efeitos políticos que não têm fundamento algum.

O Orador: — Lamento que V. Exa. seja tam injusto quando se refere a efeitos políticos que queremos tirar.

V. Exa. sabe o cuidado com que na última sessão tratámos dêste assunto — cuidado que, aliás, pomos sempre em questões desta ordem.

V. Exa. sabe também que eu me referi

ao facto de ter havido actos de indisciplina por parte do pessoal menor e que o Sr. Presidente do Ministério, usando da palavra, limitou-se a dizer que não tinha conhecimento de actos de indisciplina, que o pessoal menor é que estava na ordem e o pessoal superior fora da ordem.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — O Govêrno não tinha conhecimento oficial dêsses factos.

O Orador: — Então tem já o Govêrno conhecimento oficial dêsses factos?

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — Logo que foram entregues os autos, mandou-se proceder contra todas as queixas apresentadas.

O Orador: — Nesse caso, hoje já V. Exa. tem conhecimento oficial de que por parte do pessoal menor se cometeram actos de indisciplina?

Não tenho nenhuma má vontade contra pessoa alguma; mas o que tenho é muito amor ao princípio da hierarquia. E só, êsse sentimento me tem guiado nesta discussão.

O Sr. Ministro do Comércio vai dar-me a honra de responder. E nestas condições registo já êste facto: é que na verdade me parece, pelo que o Sr. Ministro do Comércio afirmou no seu àparte, que as cousas só modificaram um pouco, e talvez mais fácil seja resolver a questão sem quebra do prestígio, do poder, pois nós, adversários políticos, não nos servimos dos mesmos processos do que os republicanos se serviam na oposição.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nono Simões) (em àparte): — As provas estão à vista.

O Orador: — As provas de indisciplina são aquelas que resultam da intervenção do pessoal menor no conflito cousa que o Govêrno nunca devia ter consentido.

O Sr. Ministro do Comércio (interrompendo): — V. Exa. pode provar que o Govêrno fez intervir o pessoal menor?

O Orador: — E V. Exa. pode provar, que o pessoal menor não interveio?