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20 Diário da Câmara dos Deputados

Colégio Militar prender os professores das universidades.

Risos.

Mas eu pedi a palavra para fazer uma pregunta ao Sr. Ministro das Colónias.

Há dias o Sr. Rodrigues Gaspar tratou aqui do caso da nomeação do Embaixador Português para Londres, estranhando que o Sr. Norton de Matos abandonasse a administração de Angola. Depois vi nos jornais que o Sr. Ministro das Colónias convidara para assumir o cargo de Alto Comissário daquela colónia o Sr. Cunha Leal. Ora é bom saber-se, dado o estado caótico daquela província, qual o critério do Govêrno.

O Sr. Cunha Leal acusou aqui, de uma maneira brilhante, a obra do Alto Comissário de Angola.

Desde que o Sr. Ministro das Colónias convida o Sr. Cunha Leal para o lugar de Alto Comissário de Angola, eu desejo saber se S, Exa. perfilha ou não as acusações que foram feitas por aquele Sr. Deputado.

Desejo também que o Sr; Presidente do Ministério esclareça a Câmara a respeito de uma contradição que se nota entre as suais palavras e as do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, a propósito do caso de nomeação do Sr. Norton de Matos para embaixador em Londres. Há dias o Sr. Presidente do Ministério, em resposta ao Sr. Rodrigues Gaspar, declarou que o Sr. Norton de Matos fora nomeado embaixador em Londres porque S. Exa. solicitou essa nomeação. Mas o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, na sessão (lê sexta-feira, virado à Câmara fazer referência às considerações do Sr. Rodrigues Gaspar, a tal respeito, disse que era absolutamente falso que o Sr. Norton de Matos houvesse solicitado o lugar de embaixador em Londres. Foi nomeado por espontânea vontade do Govêrno.

O País precisa saber qual destas duas afirmações é a verdadeira.

Aguardo, pois, a resposta dos Srs. Ministros a estas minhas considerações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Mariano Martins): — Nada tenho com o que os jornais dizem.

Não convidei o Sr. Cunha Leal para o cargo de Alto Comissário de Angola.

Mesmo S. Exa. já aqui na Câmara declarou que não fora convidado.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — Mas o Govêrno está ao lado do Sr. Cunha Leal nas acusações feitas ao Sr. Norton de Matos?

O Orador: — Já disse que não convidei o Sr. Cunha Leal para Alto Comissário de Angola, nem o Govêrno tam pouco o convidou, porque, se o fizesse, tinha de ser por meu intermédio.

De resto o Sr. Carvalho da Silva não deve ignorar que o próprio Sr. Cunha Leal, a propósito do contrato com a Companhia dos Diamantes, foi o primeiro a declarar que não tinha sido convidado para Alto Comissário de Angola.

No emtanto quere.-me parecer que se tivesse dirigido um convite nesse sentido ao Sr. Cunha Leal não tinha feito pecado nenhum; mas torno a repetir, não convidei S. Exa. para êsse cargo.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A sessão reabrirá às 21 horas e 30 minutos.

Está interrompida a sessão.

Eram 19 horas e 45 minutos.

Às 22 horas foi reaberta a sessão.

O Sr. Presidente: — Vai proceder-se à contraprova do requerimento do Sr. António Maia.

Peço aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares.

Pausa.

O Sr. Presidente: — Estão presentes apenas 40 Srs. Deputados.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à chamada.

Fez-se a chamada.

Disseram «aprovo» os Srs.:

Adriano António Crispiniano da Fonseca.

Afonso de Melo Pinto Veloso.

Alfredo Ernesto de Sá Cardoso.