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Sessão de 31 de Julho de 1924 5

-lhe os meus cumprimentos, aguardando com ansiedade os trabalhos de S. Exa. quanto à forma de modificar a carestia da vida, que cada vez aumenta por uma forma assustadora, que S. Exa. certamente conhece muito bem.

Espero que S. Exa. com a sua energia de rapaz, com inteligência e conhecimentos, proceda por forma a modificar êste estado lastimoso de cousas, metendo na ordem todos aqueles que nos roubam e envenenam.

O Sr. Presidente do Ministério (Rodrigues Gaspar): — Respondendo a V. Exa., direi que hei-de reprimir o jôgo, bem como tudo que esteja fora da lei.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Agricultura (Tôrres Garcia): — Cumpre-me, primeiro que tudo, agradecer as homenagens recebidas de todos os lados da Câmara, não por vaidade, e acrescentando que espero cumprir o que prometi.

Obrigado a todos.

Com respeito às considerações do Sr. Tavares de Carvalho, tenho a dizer a S. Exa. que o problema é muito complexo, e não se pode resolver com decretos.

Apoiados.

Estamos em face dum problema económico que é muito difícil, pois não se resolve com essa pressa que S. Exa. quere.

O Sr. Tavares de Carvalho:- Eu não pedi pressa a V. Exa.

O Orador: — O que prometo a V. Exa. é que cumprirei o que prometi.

O orador não reviu.

O Sr. Francisco Cruz: — Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério, a fim de transmitir ao Sr. Ministro do Comércio as minhas considerações acerca do estado miserável em que se encontram as estradas.

Há uma estrada que está estudada e que há-de ligar a Malveira à Lousa.

Ora, todas as estradas devem ligar o mais directamente possível pelos ramais os pontos mais afastados com os centros importantes.

Há muito tempo que está estudada, pelo caminho mais curto, a estrada de Malveira à Lousa, havendo já sido construído am lanço. Nestas condições, era natural que se continuasse a construção da estrada que serve os respectivos concelhos.

Porém, por política, vai proceder-se à construção de novas estradas, desprezando os estudos já feitos por técnicos, gastando-se nas novas estradas cêrca de 800.000$. Note-se que para a estrada seguir o traçado que, por efeito duma reles politiquice, por um capricho, se quere projectar, é necessário fazer obras de arte, o que não acontecia se a estrada seguisse por pontos mais curtos.

Os povos repudiam a forma como se quere fazer construir essa estrada, pondo de parte os interêsses daqueles concelhos, gastando-se mais dinheiro, e isto simplesmente por capricho de caciques que obtiveram o despacho do Sr. Ministro neste sentido.

Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para que transmita a minha reclamação ao seu colega do Comércio. Espero que o Sr. Presidente do Ministério não consinta que dentro do seu Govêrno se cometam desperdícios e actos de má administração. Confio esta causa a S. Exa.

Espero que S. Exa. dará satisfação aos povos daqueles concelhos, fazendo inteira justiça, não deixando que se pratiquem actos de imoralidade.

Na primeira oportunidade chamarei a atenção do Sr. Ministro do Comércio para êste assunto, e S. Exa. honrará a República, atendendo a reclamação que acabo de formular.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Ouvi com toda a atenção o Sr. Francisco Cruz, e vou recomendar o assunto ao Sr. Ministro do Comércio, convencido de que S. Exa. há de procurar resolvê-lo em harmonia com os interêsses gerais, pondo de parte quaisquer ambições de carácter pessoal.

As estradas são factores de utilidade geral, que muito importam à economia do País.

O Sr. Ministro do Comércio há de solucionar esta questão, como convém aos