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Sessão de 21 de Agosto de 1924 29

três colegas que consentiram que eu falasse sem me pertencer ainda usar da palavra.

O Sr. Nuno Simões disse já o bastante, foi claro, foi preciso, e mostrou, como era natural, a sua indignação temperada pelo seu espírito superior. S. Exa. disse que o Sr. Daniel Rodrigues possui um espírito claro e simples.

Foi essa simplicidade que determinou a entrevista e as considerações que nela vêm e foi êsse excesso de claridade que reflectiu a simplicidade de S. Exa.

Não sei se o Sr. Daniel Rodrigues é ainda Ministro das Finanças ou só já como é natural apresentou ao Sr. Presidente do Ministério a sua demissão. Se o Sr. Daniel Rodrigues ainda é Ministro das Finanças eu posso falar mais claramente, visto que se não está ali sentado é porque não quere; só S. Exa. já nEo é Ministro entendo fazer as minhas considerações dirigindo-as especialmente ao Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Declaro a V. Exa. que o Sr. Daniel Rodrigues é Ministro das Finanças.

O Orador: — Perfeitamente.

Quando ontem tive a honra de usar da palavra acerca duma moção de confiança apresentada pelo Sr. António Maria da Silva ilustre Deputado o um dos leaders da maioria, tive o cuidado de não analisar essa moção porque supus que depois dela o Sr. Ministro das Finanças teria imediatamente apresentado o seu pedido de demissão ao Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente: — Ha absoluta urgência de reabrir a sessão do Congresso e por isso vou suspender esta sessão por alguns momentos.

Está interrompida a sessão.

Eram 19 horas e 55 minutos.

O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.

Eram 19 horas e 57 minutos.

O Sr. Ginestal Machado: — Sr. Presidente: com este scenário imprevisto de
mágica de teatro de ràpidamente passarmos da sessão da Câmara dos Deputados para a reunião do Congresso e desta voltarmos instantaneamente para a sessão da Câmara dos Deputados fiquei muito bem disposto e é nesta boa disposição que vou apreciar a entrevista do Sr. Daniel Rodrigues.

Sr. Presidente: como ia dizendo há pouco a moção do Sr. António Maria da Silva é de manifesta desconfiança ao Sr. Ministro das Finanças.

Todos nós os que entrámos no debate tínhamos por fim pôr fora da causa a honestidade do Sr. Ministro das Finanças; mas todos, a começar pelos homens do seu partido, reconhecemos que S. Exa. :i tinha razão em afirmar que não possuía nenhuma preparação para o exercício da pasta.

Primeiro reconheceu-o a maioria votando a moção do Sr. António Maria da Silva, depois reconhecemo-lo nós votando as outras moções estendendo a responsabilidade a todo o Govêrno.

O que é um facto, Sr. Presidente, é que os ilustres Deputados Nuno Simões, Ferreira da Rocha e Morais de Carvalho trataram aqui do assunto com toda a elevação, com muitos elementos de estudo, o muito conhecimento, o assim natural é que a Câmara, tratando-se do mais a mais de uma questão que é importantíssima, se queira ocupar dela mais desenvolvidamente, e por isso é para estranhar, na verdade, a ausência do Sr. Ministro das Finanças.

Desde que S. Exa. ainda não abandonou a pasta das finanças, como parece ainda não a ter abandonado, natural era que tivesse vindo à Câmara para melhor a esclarecer sôbre êste assunto dos Tabacos.

O assunto, Sr. Presidente, é daqueles que necessita ser tratado com a máxima largueza, e assim não compreendo na verdade que o Sr. Daniel Rodrigues, sendo ainda Ministro das Finanças, não tivesse vindo ainda à Câmara, o que do facto é deveras para estranhar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Pereira: — Não quero, Sr. Presidente, ao encerrarem-se os trabalhos parlamentares, deixar de chamar a aten-