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30 Diário da Câmara dos Deputados

cão do Sr. Presidente do Ministério para os casos verdadeiramente vergonhosos que se estão passando por êsse país fora relativamente ao abuso que se vem cometendo no exercício do jôgo de azar.

Não se compreende Sr. Presidente, que adentro da administração republicana, se permita um tal estado de cousas que é na verdade absolutamente vergonhoso, e tam mais vergonhoso quanto é certo que se diz, que autoridades há que se mancomunam com os batoteiros.

Isto, Sr. Presidente, não pode ser, pois que é verdadeiramente vergonhoso, e assim eu apelo para a alta inteligência, e patriotismo do Sr. Presidente do Ministério, estando certo que providências imediatas vai tomar no sentido de que êsse estado de cousas não continue, muito principalmente não permitindo que as autoridades se mancomunem com os batoteiros, deixando assim de cumprir o seu dever.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar): — Sr. Presidente: ouvi as considerações dos Srs. Nano Simões e Ginestal Machado, que apelaram para mim para que explicasse o que há a respeito duma entrevista que veio publicada no Século, que não tinha lido, e que só agora vi.

Essa entrevista diz respeito ao Sr. Ministro das Finanças, e devo dizer que, pelo conhecimento que tenho, de S. Exa., o considero incapaz de dirigir insinuações ao Parlamento e aos Srs. Deputados que trataram da questão dos tabacos, tanto mais que S. Exa. disse mesmo que essa questão tinha sido tratada com grande elevação, e isto me faz acreditar que essa entrevista publicada não seja a expressão rigorosa do que S. Exa. disse.

S. Exas. sabem que as entrevistas muitas vezes não são bem verdadeiras, e comigo se deu o caso de ser publicada uma entrevista que nunca dei.

Não posso, pois, dizer o que se tenha passado ao certo, e só julgo S. Exa. incapaz de fazer tais insinuações, não podendo neste momento acrescentar mais nada.

Relativamente ao assunto a que se referiu o Sr. Sá Pereira, sinto bem a necessidade de se acabar com tais abusos, que são motivo de desgraças, e hoje mesmo dei instruções nesse sentido às diferentes autoridades para que os evitem quando tenham dêles conhecimento, e aquelas autoridades que assim não cumprirem serão imediatamente demitidas, e neste assunto pode o ilustre Deputado ficar sossegado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: não pedi a palavra para me referir à entrevista publicada no jornal o Século, porque dela não tinha conhecimento, mas, tendo ouvido as referências que acabam de ser feitas com respeito às insinuações que se dizem proferidas pelo Sr. Daniel Rodrigues, não podia deixar de tomar a palavra para protestar contra elas, repelindo-as por completo, e em nome também do meu correligionário que tratou da questão exaro também o meu protesto.

Sr. Presidente: referindo-me a outro assunto, quero dizer que, terminando os trabalhos parlamentares, o Sr. Presidente do Ministério liça com certas autorizações dadas pela sua maioria que são de grande alcance.

O Sr. Presidente do Ministério, quando se apresentou governamentalmente a esta Câmara, prometeu que havia de respeitar a Constituição.

Conseqüentemente, lembro a S. Exa. êsse compromisso, se bem que S. Exa. já dele se tenha esquecido em vários diplomas promulgados no seu Govêrno, e que são bastante atentatórios do interêsse nacional e de todos os direitos.

E eu peço ao Sr. Presidente do Ministério, demais a mais nas circunstâncias excepcionais em que vai fechar o Parlamento, na situação excepcional em que fica o Govêrno depois duma moção de desconfiança votada na Câmara ante-ontem, e apenas na sessão de ontem, a pedido do Sr. Presidente do Ministério, reconsiderada, que não se deixe levar pelo caminho por que certa imprensa o quere levar, bem como certos interêsses.

Lembrando isto ao Sr. Presidente do Ministério, quando a Câmara reabrir, e se porventura S. Exa. estiver naquele lugar, eu terei ocasião de apreciar a sua