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22 Diário da Câmara dos Deputados

agente estava procedendo muito à portuguesa, não estiveram com contemplações mandaram o homem daqui para fora.

Poderia levar muito longe as minhas considerações, mas a Câmara está fatigada e eu vou terminar, mas desejo fazer a seguinte declaração: não autorizo ninguém a tirar do meu discurso conclusão de carácter político. Como político hei de votar como entender na rainha consciência.

Não fiz um ataque político, limitei-me ao estudo técnico do problema, o da análise que fiz do decreto a sua conclusão foi absolutamente favorável.

O Sr. Portugal Durão, que quando Ministro das Finanças se opunha aos excessos de um aumento desordenado das despesas públicas, caiu quando não devia ter caído.

Caiu quando S. Exa. se opunha ao excesso de despesa que acarretava para o Estado a melhoria dos vencimentos ao funcionalismo, que, podendo ser feita com a despesa de 60:000 contos, veio finalmente a custar 100:000 contos pela atitude que então teve Parlamento.

Eu, que tenho feito a minha carreira política no Parlamento, sou um acérrimo defensor das instituições parlamentares, mas não posso deixar de condenar certos actos que êle tem praticado, prejudicando-se o Estado.

O Sr. Portugal Durão saiu da pasta das Finanças numa altura em que devia permanecer nela.

Foi ainda êsse o resultado da desastrada política que o Parlamento teve então perante S. Exa. Seguiu-se-lhe o Sr. Vitorino Guimarães. Trouxe S. Exa. um conjunto de medidas à Câmara, e quando S. Exa. necessitava de um maior apoio dos seus correligionários para levar a cabo a sua obra, ó que foi derrubado. Caiu numa hora em que o interêsse nacional aconselhava a continuidade da sua acção. Foi um mal!

Veio a seguir o Sr. Álvaro de Castro. Estava então a situação cambial mais agravada.

A libra, que ao tempo do Sr. Portugal Durão estava a 60$00, passara, no tempo do Sr. Vitorino Guimarães, depois da melhoria de vencimentos ao funcionalismo, para 120$, chegando aos 150$ no tempo do Sr. Álvaro de Castro,

Diário da Cantam dos Deputados

O Sr. Álvaro de Castro iniciou um plano financeiro, mas quando se começava a colhêr os frutos da execução dêsse plano, caiu S. Exa.! E para quê? Para os Governos que se lhe têm seguido declararem que continuavam a política financeira de S. Exa.

Melhor fora, então, deixar que o Sr. Álvaro de Castro continuasse no Poder.

Também foi inoportuna a queda do Govêrno do Sr. Rodrigues Gaspar.

Eu, Sr, Presidente, nesta situação de independência em que estou, não tenho dúvidas em declarar que estou pronto a desenvolvê-la, a favor da República, contra aqueles que a combatem, contra aqueles que a atacam.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe forem enviadas.

Ou «àparte» se não foram revistos pelou oradores que os fizeram.

O Sr. Presidente: — Vai ler-se a moção enviada para a Mesa pelo Sr. Velhinho Correia.

Foi lida, admitida e posta em discussão.

O Sr. Presidente: — Devo dizer à Câmara que tenho recebido muitas reclamações contra o facto de as sessões não começarem à hora regimental, o que na verdade faz com que as mesmas terminem muito tarde, e assim previno a Câmara do que amanhã proceder-se-há à segunda chamada às 15 horas, encerrando a sessão caso não haja número.

S. Exa. não reviu.

O Sr, Presidente: — Vai passar-se ao período antes de se encerrar a sessão e tem a palavra o Sr. Pedro Pita.

O Sr. Pedro Pita: — Desisto da palavra.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, com a mesma ordem de trabalhos.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.