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16 Diário da Câmara dos Deputados

jornais, sem ter sido consultado o seu comandante, foi nomeado um militar de patente inferior à daquele comandante, para proceder a um inquérito àqueles actos.

Isto vai de encontro ao prestígio militar e ao prestígio da autoridade.

Representa, além disso, uma desconsideração para o passado de um homem que todos nós conhecemos e que, evidentemente, todos nós muito apreciamos.

Apoiados.

O Sr. general Vieira da Rocha é um oficial distintíssimo.

Apoiados.

Conheci-o dos bancos da escola, porque foi meu companheiro na Escola do Exército, e nessa altura já era querido e respeitado pela sua correcção e aprumo.

Anos depois era o ajudante de Mousinho de Albuquerque, em África, e os feitos por êle praticados em Moçambique foram bem conhecidos de todo o País e postos em relêvo por Mousinho.

Apoiados.

Desde então, o Sr. general Vieira da Rocha ficou sendo considerado como um dos heróis do glorioso Exército Português.

Apoiados.

Tem-se salientado sempre, pela sua nobre correcção e pelo seu espírito militar, como um oficial digno e cumpridor, e como um verdadeiro homem de bem. E V. Exas. viram-no, não há muitos anos, desempenhando o papel brilhante que desempenhou e, pelo qual, êste regime tanto lhe ficou devendo.

Refiro-me ao comando que exerceu das fôrças contra Monsanto.

Apoiados.

Pois êste oficial que tem êste passado e que, como disse, tem prestado à República tantos serviços, foi agora altamente desconsiderado, pois, que se nomeou um oficial de patente inferior para sindicar os actos dos seus subordinados.

Sr. Presidente: se eu fôsse comandante da Guarda Nacional Republicana, prenderia o oficial sindicante quando entrasse na sede do meu comando.

Nestas minhas palavras peço à Câmara que não veja uma ofensa pessoal para o oficial sindicante, o Sr. tenente-coronel Tavares de Carvalho, a quem muito estimo e por quem tenho a maior consideração.

Estas minhas palavras, repito, não querem ofender S. Exa. Mas S. Exa. tem uma patente inferior.

Aparte tudo mais procederia como já disse. E estas palavras são ditas sem intuitos ofensivos para S. Exa.

O Sr. Tavares de Carvalho: - Não ouvi; se V. Exa. fizesse o favor de repetir...

O Orador: - Se fôsse comandante da Guarda Republicana não consentiria que V. Exa. fizesse a sindicância.

O Sr. Tavares de Carvalho: - Mas eu não estou a fazer uma sindicância à guarda republicana, mas um inquérito aos factos.

O Orador: - Mas envolve a guarda republicana.

Mas, Sr. Presidente, a minha estranheza não pode ficar por aqui. Faz parte do Ministério um oficial ilustre, muito distinto, um oficial com cuja amizade muito me honro.

É o Sr. Helder Ribeiro que não tenho o prazer de ver aqui; e nestas condições vou ser curto nas minhas referências.

Não sei que atitude tomou S. Exa. nestes factos. Se não tomou nenhuma, estimo; se tomou alguma, não sei qual fôsse.

O que sei é que tenho por S. Exa. muita consideração, e me causou funda mágoa ver o seu nome envolvido em acontecimentos como êstes, desta espécie e natureza.

Apoiados.

Disse um escritor militar categorizado que "os exércitos são o espelho das na-ções".

Apoiados.

Isto é uma verdade, uma grande verdade.

As grandes nações, as nações poderosas apresentam um exército numeroso e disciplinado. É o espelho, a imagem da Nação.

Apoiados.

O contrário se dá igualmente quando uma nação não é organizada, quando é fraca, quando numa nação ninguém se entende, quando impera a anarquia.

Até o exército é incompreendido, nele existe a anarquia e a indisciplina.