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Sessão de 9 de Fevereiro de 1925 21

O Sr. Moura Pinto (em àparte): - É que o Sr. Presidente do Ministério é um Danton "de trazer por casa".

Risos.

O Orador: - As palavras que censuramos em V. Exa., Sr. Presidente do Ministério, vêm em vários jornais. E como V. Exa. tem hoje dois órgãos oficiais - O Mundo e A Batalha - eu vou, porque não encontro à mão O Mundo, ler as palavras de A Batalha. Atribuem-se-lhe as seguintes palavras:

Leu.

Mas que somos nós senão os explorados - e por V. Exa.? Explorados por V. Exa. e pelos seus amigos na nossa própria honra que é cousa mais preciosa que os nossos haveres!

Apoiados.

E depois acrescenta-se:

Leu.

Em presença dêste dilema o Sr. Presidente do Ministério não conhecia a verdade. Não sabia se o povo, de facto, tinha atirado bombas sôbre a guarda ou se esta atacara sem motivos. Afirmou aqui S. Exa., depois de ter sido prèviamente atacado, declarou o Presidente do Ministério o Ministro do Interior que a guarda republicana não tinha razão. É por esta afirmação que o responsabilizamos.

Apoiados.

Mas o Sr. Presidente do Ministério teve uma frase, magnífica e formidável: disse que, quando há ajuntamentos desta natureza, o perigo está na debandada.

À consciência da Câmara eu ponho esta afirmação.

É à debandada de um Govêrno que nós assistimos; de um Govêrno que até hoje ainda não teve uma idea prática de administração, de um Govêrno que apenas tem sabido cuspir ódio sôbre os seus adversários políticos.

E esta debandada, Sr. Presidente, é tam terrível, que vou hoje dizer à Câmara, não já como nacionalista, não já como republicano, mas como um português que vê tristes dias reservados para o seu País, que acabem com êste pesadêlo!

Muitos apoiados.

O Govêrno assistirá, porventura, impassível aos atentados pessoais?

Sr. Presidente: não se trata de defender fôrças vivas ou económicas. O que nos importa é, acima de tudo, o prestígio da Nação.

As fôrças vivas, quando saiam para fora dos limites que marcam o prestígio do Poder, saberemos impor a ordem.

Apoiados.

Todos queremos, por certo, respeitar a dignidade do Poder o fazer sentir que existo um Govêrno forte, que atende todos os interêsses legítimos que estejam adentro da ordem.

Mas prègar a guerra civil e de classes é legítimo porventura? Apelo para a consciência da Câmara.

Num assunto tam grave é preciso que o Govêrno se afaste de paixões para bem merecer da Pátria e não se tornar um pesadelo.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Morais Carvalho: - Sr. Presidente: começo por estranhar as palavras do Sr. Presidente do Ministério quando há pouco respondeu ao Sr. David Rodrigues.

Disse S. Exa. que tendo-se informado de qual a ordem de trabalhos desta Câmara, antes e na ordem do dia, verificou que não havia nenhum assunto que exigisse a sua presença nesta casa, e por isso ficara tranquilo no Ministério da Marinha a tratar do expediente da sua pasta.

Sr. Presidente: pois os jornais atribuem ao Sr. Presidente do Ministério palavras que devem alarmar a opinião pública, e o Chefe do Govêrno esquece-se de vir aqui desmentir essas palavras que falsamente lhe atribuem!

Apoiados.

O que vejo é o Govêrno a incendiar as paixões ruins.

Já assim se fez no princípio da República. Agora é o contrário: são os elementos da desordem que se servem do Sr. Presidente do Ministério como trampolim para dar o salto.

O Sr. Sá Pereira: - O que V. Exas. têm é mêdo. Está chegando a hora da justiça.

O Orador: - Não tenho mêdo. Quem cumpre o seu dever, aqui, de dia e de