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Sessão de 19 de Fevereiro de 1925 23

Continuarei afirmando o propósito em que estou, e a convicção que tenho, de que esta República, para viver, tem de se apoiar no povo, nesse povo cuja existência V. Exas. parecem desconhecer.

Eu tenho o crime de ter chamado à actividade da política o operariado português, sim.

Eu posso ser acusado de ter sido defendido por vezes na Batalha, o jornal do operariado português.

Recebo essas acusações com inteiro prazer (Apoiados), de cabeça alta, olhando para V. Exa. sem um estremecimento.

Apoiados.

Nunca fui ao jornal A Batalha, e o meu maior orgulho é de ter conseguido juntar o povo trabalhador, que êsse jornal representa, em volta de uma obra republicana.

Senhores: querem desconhecer que quem fez a República não foram as fôrças vivas da Associação Comercial, não foram os homens da ordem, a que constantemente se refere o Sr. Carvalho da Silva, mas sim êsses homens de pé descalço e mão calosa, que fizeram a escalada de Monsanto, essa mole de operários que foram a Belém dizer ao Sr. Presidente da República que não compreendiam a razão porque o Govêrno caía.

Senhores: quem fez a República foi essa mole de gente que V. Exas. têm tratado a chicote.

Apoiados.

Quero neste momento, mais do que nunca, afirmar as virtudes da administração republicana que eu fiz, e mais uma vez afirmar a minha simpatia por essa legião de trabalhadores que de norte a sul vêm constituindo a garantia da República, e afirmar a minha simpatia pelo povo trabalhador, porque é entre êle que está a riqueza de Portugal!

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem.

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão é amanhã à hora regimental, com a mesma ordem de trabalhos:

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 33 minutos.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Projectos de lei

Dos Srs. Vergílio Saque e Jaime de Sousa, autorizando a Câmara Municipal do concelho de Vila do Pôrto a vender baldios, aplicando o produto a captação, canalização e abastecimento de águas à vila.

Do Sr. Tôrres Garcia, concedendo à Câmara Municipal de Miranda do Corvo uma casa denominada "Casa da Guarda", para alargamento da via pública.

Do mesmo, autorizando a Câmara de Miranda de Corvo a vender baldios para despesas com a adaptação da antiga residência paroquial a escolas e residência de professores.

Do Sr. Alfredo Rodrigues Gaspar e mais 10 Srs. Deputados, dividindo em secções de voto as assembleas eleitorais de Lisboa e Pôrto.

Para o "Diário do Governo".

Dos Srs. Delfim Costa e Baptista da Silva, nomeando João do Amparo Baptista aspirante do quadro da Direcção Geral das Contribuiições e Impostos.

Aprovada a urgência.

Para a comissão de finanças.

Para o "Diário do Governo".

Requerimentos

Requeiro que pelo Ministério da Marinha seja fornecida urgentemente a esta comissão, e para estudo da proposta de lei n.° 651-M, da iniciativa dos Srs. Ministros da Marinha e Finanças, uma nota detalhada em que se indique anualmente e por capitanias de porto e artes de pesca qual a receita bruta realizada com a venda de peixe, imposto de pescado e progressivo pagos ao Estado, e bem assim as verbas que anualmente têm sido concedidas às diferentes artes de pesca para despesas de exploração.

A nota a fornecer deve ser desde o início da cobrança do imposto progressivo até à data do último ano cobrado.

Sala das sessões da comissão de pescarias, 19 de Fevereiro de 1925. - O secretário da comissão, Jaime Pires Cansado.

Expeça-se.

O REDACTOR - Herculano Nunes.