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Sessão de 19 de Fevereiro de 1925 15

por mim empregados nos podiam levar a isso.

O Orador: - É quási a mesma cousa; mas V. Exa. acaba de declarar que nunca pensou em que o câmbio melhorasse. É bom, portanto, que, isto se saiba pára que lá fora se não diga que os traidores é que não queriam que o câmbio melhorasse.

Isto, porém, foi apenas una incidente, e para terminar quero apenas dizer que o Sr. Álvaro de Castro se engana também quando afirma que é pelo aumento de impostos que a situação cambial há-de melhorar. Toda a gente sabe que os impostos exorbitantes, como os actuais, só fazem aumentar a desconfiança, e que esta só leva à emigração de capitais.

Assim, não é pelo aumento dos impostos que o câmbio pode melhorar, muito pelo contrário.

Também não posso deixar passar sem protesto a Afirmação do, Sr. Álvaro de Castro de que o aumento de impostos faz diminuir o custo de vida.

Dando agora por terminadas as minhas considerações, e declarando, que voto a mação do Sr. Agatão Lança, porquê ela é de desconfiança ao Govêrno, espero a resposta do Sr. Presidente do Ministério e chamo a atenção de S. Exa. para êste facto gravíssimo: é que o País precisa de saber onde param os milhares de contos gastos com a compra de acções do Banco de Portugal, porque êste no seu relatório faz figurar o Estado apenas com 250 acções.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Agatão Lança (para explicações): - Sr. Presidente: pedi a palavra para explicações quando estava a falar o Sr. Carvalho da Silva, para repetir mais uma vez à Câmara algumas das primeiras afirmações que fiz há pouco, quando tive a honra de enviar para a Mesa a minha moção.

Eu frisei então, e friso novamente para que não se desvirtue o significado da minha moção, que pedi a palavra naquela altura, propositadamente, depois de ter falado o Sr. Presidente do Ministério, para que se não pudesse procurar tirar a menor ligação entre a minha moção, com as considerações que fiz à Câmara, e ao actual Govêrno. Nada tem realmente à minha moção com, o actual Govêrno; á minha moção representa apenas aquilo que as suas palavras dizem, sem qualquer espécie de habilidade política.

O Sr. Carvalho da Silva: - V. Exa. dá-me licença? V. Exa. censura determinadas palavras, e como o Sr. Presidente do Ministério disse que não havia razão para as censurar, e concordou até com elas, V. Exa. censura ipso facto o Sr. Presidente do Ministério.

O Orador: - Eu devo dizer a V. Exa. que não ouvi aqui, nem sei que S. Exa. o tivesse feito em qualquer parte, o Sr. Presidente do Ministério repetir as palavras que eu condeno na minha moção.

O Sr. Carvalho da Silva: - Mas se as tivesse dito, a moção de V. Exa. era também de censura à S. Exa.

O Orador: - Eu estou no campo das realidades; e não no das hipóteses.

Existe uma acusação contra é Parlamento, e a minha moção não visa o actual Govêrno, mas apenas repele o labéu que se lançou sôbre a Câmara dos Deputados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lino Neto: - Começo por dar as boas vindas ao novo Govêrno, do qual fazem parte amigos e colegas no foro português, a quem eu muito prezo e admiro.

Um facto se deu nesta Câmara que eu desejo que não fique sem repares por êste lado da Câmara; quere referir-me à saída da minoria nacionalista. Quero afirmar o meu pesar, porque os parlamentares nacionalistas eram os mais activos desta Câmara.

Passando a considerar a declaração ministerial, eu vejo, por algumas das suas palavras, que se pôs de parte a velha fórmula de que a Lei da Separação devia ser imposta e cumprida tal como foi gerada.

Esta fórmula é mais suave, é mais leal, é mais séria.

Sôbre o ponto de vista económico registo a declaração do Govêrno de que mo-